Zélia Gattai, nascida em 1916 em São Paulo e falecida em 2008, foi uma importante escritora brasileira que deixou um legado significativo na literatura do país. Além de sua notável carreira literária, ela foi uma figura influente no cenário cultural brasileiro, uma mulher de personalidade forte e engajada em causas sociais.

    Zélia Gattai foi autora de diversos romances e memórias que retratam a realidade brasileira de forma vívida e emocionante. Sua escrita era marcada por uma linguagem envolvente e sensível, capaz de transportar o leitor para os cenários e momentos históricos descritos em suas obras. Ela explorava temas como a família, a identidade, a luta política e a memória, construindo narrativas profundas e cheias de humanidade.

    Zélia Gattai, uma memorialista

    Uma das obras mais conhecidas de Zélia Gattai é o livro “Anarquistas, Graças a Deus”, no qual ela relata sua infância e juventude em meio a um contexto político conturbado. O livro revela seu comprometimento com a luta pela justiça social e pela liberdade, bem como sua coragem ao enfrentar as adversidades da época.

    Além de seu talento como escritora, Zélia Gattai teve um papel fundamental ao lado de seu marido, o renomado escritor Jorge Amado. Ela foi uma grande companheira e parceira criativa, contribuindo para a produção e promoção das obras de Amado. Juntos, eles formaram um dos casais mais influentes da literatura brasileira.

    Zélia Gattai deixou um legado precioso para a literatura brasileira, com suas obras que retratam a história e as emoções do povo brasileiro. Sua escrita sensível e comprometida com questões sociais e políticas, aliada à sua personalidade cativante, fizeram dela uma figura única na cultura brasileira. Sua contribuição para a construção da identidade literária do Brasil e seu papel como uma voz forte e corajosa são motivo de admiração e reconhecimento até os dias de hoje.

    Abaixo estão as 5 obras de Zélia Gattai para você ler

    1. Anarquistas, graças a Deus

    Publicado em 1979 e transformado em minissérie da rede Globo em 1984, Anarquistas, graças a Deus é o livro de estréia de Zélia Gattai e seu primeiro grande sucesso. Filha de anarquistas chegados de Florença, por parte do pai Ernesto, e de católicos originários do Vêneto, da parte da mãe Angelina, a escritora trazia no sangue o calor de seus livros. Trinta e quatro anos depois de se casar com Jorge Amado, a sempre apaixonada Zélia abandona a posição de coadjuvante no mundo literário e experimenta a própria voz para contar a saga de sua família. COMPRE NA AMAZON

    2. A casa do Rio Vermelho

    Zélia Gattai

    Casa que é aberta, com delicadeza e timidez, também para o leitor. “Para quem não conhece os detalhes, peço licença para contar novamente”, Zélia escreve, com a gentileza de uma amável anfitriã. Em A casa do Rio Vermelho, Zélia continua a narrar a saga de sua vida – que se mistura não só com a do marido Jorge Amado, mas com a aventura de toda uma geração de artistas. Sua grande proeza é fazer da literatura não só registro de emoções e de acontecimentos, mas uma maneira de se apropriar do mundo. COMPRE NA AMAZON

    3. Senhora dona do baile

    Zélia Gattai

    Relato dos anos de exílio que Zélia Gattai e Jorge Amado passaram na Europa, Senhora dona do baile nos oferece, sob o disfarce da inocência, um vigoroso retrato do pós-guerra. A Guerra Fria racha o mundo ao meio, transformando as diferenças intelectuais e políticas em graves inimizades. São anos tensos, que Zélia fisga com agilidade incomum. Publicado originalmente em 1984, o livro tem início em 1948, quando Zélia e João Jorge, então com quatro meses, embarcam rumo à Europa para se juntar a Jorge Amado, obrigado a fugir às pressas do Brasil depois de ter seu mandato de deputado federal cassado. Zélia adota, aqui, o papel que mais lhe agrada: o de discreta, mas meticulosa, observadora do real. Autêntica repórter, não deixa escapar nada: a dolorosa travessia do Atlântico, a saudade imensa do lar, as precárias viagens de avião em meio a rigorosas nevascas, a destruição da Europa do Leste, os congressos e compromissos de Jorge, e a convivência com personalidades como Picasso, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Marc Chagall e muitos outros. + AMAZON

    4. Códigos de família

    É simples e arbitrária a formação dos códigos familiares. Os Gattai Amado não escaparam desse destino. O inventário realizado por Zélia neste livro arrasta consigo o grande manto da memória. Decidida a desvendar a origem de apelidos, gírias, manias e expressões de sua família, a autora começa como uma dicionarista, que percorre não só o léxico dos antepassados, mas também os códigos mais recentes adotados por ela, pelo marido Jorge Amado e pelos filhos João Jorge e Paloma, além daqueles criados ou inspirados por amigos como Pablo Neruda, Dorival Caymmi e Calasans Neto. Códigos, ela alerta, que devem ser pronunciados sempre “com sotaque” – pois uma maneira de falar não está só no que se diz, mas na maneira de dizer. + AMAZON

    5. Memorial do amor & vacina de sapo

    A escrita de Zélia Gattai nunca se deixou guiar pelos protocolos literários, que pedem refinamento, estilo e sentido. Desenrolou-se, ao contrário, à margem da literatura. Fixada entre a ficção e a realidade, e fazendo de si mesma uma figura ficcional, Zélia usou a literatura como um mirante, do qual – protegida pelas armaduras do imaginário – pôde se debruçar, com leveza e liberdade, sobre o mundo real. Mesmo quando editados em separado, nos formatos em que ela os escreveu, seus livros guardam elos secretos, que os transformam em um único livro. + AMAZON

    6. Jardim de inverno (Zélia Gattai)

    Zélia Gatai

    Grandes paixões se fazem, também, de experiências dolorosas. Jardim de inverno, livro que Zélia Gattai publicou em 1988, reúne parte dos momentos que ela e Jorge Amado viveram nos anos de exílio europeu. Refugiados na Tchecoslováquia, no Castelo dos Escritores, em Dobris, os dois viveram, apesar da angústia e da saudade, momentos inesquecíveis, como a viagem no célebre Transiberiano que os levou à China, na época um país indevassável, e a visita à Mongólia, terra “encravada nos confins do mundo”. São essas experiências que ajudam Zélia a reafirmar uma visão complexa da existência, em que as dores e as alegrias são o verso e o reverso de uma mesma aventura. A autora avança até o Congresso Mundial da Paz, realizado no Ceilão em 1957, onde o casal esteve ao lado de Matilde e Pablo Neruda; a Salvador de 1968, quando receberam a visita inesperada do cineasta Roman Polanski; e o ano de 1984 quando, em Paris, Jorge foi condecorado com a Legião de Honra. Ao narrar com calor e fluência, Zélia ressuscita um pouco o que se perdeu e transforma sua memória pessoal em memória coletiva, sem abdicar da atmosfera delicada de confissão e de intimidade. + AMAZON

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