A música brasileira é uma constelação de vozes marcantes — e entre os cantores brasileiros mais influentes, há artistas que moldaram nossa identidade cultural com som, poesia e presença. Nesta lista, cada nome representa um capítulo da história do país: da bossa nova ao tropicalismo, da canção política ao amor em forma de melodia. E para cada voz, um livro, porque toda música que atravessa o tempo também pede leitura!
A seleção baseou-se em três critérios: influência cultural, representatividade musical e diálogo com obras literárias. Todos os livros foram escolhidos por seu valor documental e narrativo sobre a arte brasileira.
A música nacional desempenha um papel crucial na expressão da identidade cultural do país, refletindo suas tradições, valores e diversidade. Conhecer os grandes cantores brasileiros mais influentes é fundamental não apenas para apreciar a riqueza artística e musical do Brasil, mas também para compreender sua história e contexto social.
Conheça agora a nossa seleção dos 21 cantores brasileiros mais influentes de todos os tempos e os livros que revelam suas histórias, ideias e vozes.
1. Tom Jobim: pai da bossa nova e maestro soberano da canção brasileira
“Pai da bossa nova”, maestro soberano que levou a canção brasileira ao mundo e moldou a linguagem harmônica do país. Sua parceria com Vinicius de Moraes transformou o amor em paisagem sonora. Jobim é a síntese da elegância e da simplicidade musical.
Leitura recomendada: Tom Jobim – Sérgio Cabral

Como destaca o Jornal da USP, Águas de Março nasceu da inspiração em um poema de Olavo Bilac — prova de como a obra de Tom dialoga com a literatura brasileira. O lirismo cotidiano de suas canções revela o poder da palavra quando ela se transforma em som.
Uma das obras-primas de Tom Jobim, “Águas de Março” resume a genialidade do compositor: letra enxuta, ritmo fluido e uma filosofia naturalista que encanta gerações.
Águas de Março” é uma metáfora sobre o ciclo da vida, o recomeço e a simplicidade das coisas. Cada verso da canção é um fragmento do cotidiano transformado em poesia sonora.
Reflexão: Harmonia como narrativa, melodia como personagem: em Jobim, a música se comporta como literatura.
2. Vinicius de Moraes: o poeta que reinventou o amor entre livro e canção
Poeta, diplomata e compositor, Vinicius reinventou o amor ao fundir o verso à melodia. Fez da canção uma extensão natural da poesia, levando o lirismo dos livros para as rodas de violão.
Leitura recomendada: Todo Amor, organização de Eucanaã Ferraz. Compre na AMAZON

Reflexão: Forma e afeto cabem na mesma partitura. De certa forma, a poesia é a alma secreta de cada canção. Ouça no YouTube
3. Caetano Veloso: o coração do Tropicalismo e a canção como ensaio do Brasil
Centro do Tropicalismo, Caetano fez da música um campo de pensamento. Em suas letras, filosofia e política se misturam ao ritmo. Ele canta o país, mas também o discute.
Como revela a entrevista à Revista Cult, Caetano reflete sobre o Brasil e o mundo com o mesmo rigor poético que dedica às suas canções. Sua obra é um ensaio contínuo sobre identidade, arte e liberdade — uma conversa entre a cultura brasileira e o pensamento global.
Leitura recomendada: Caetano Veloso – Biografia completa. Compre na + AMAZON

Reflexão: Em Caetano, o palco é ensaio, o verso é reflexão — a canção como texto crítico sobre o Brasil.
“Não Enche”, lançada em 1997, mostra o Caetano provocador e pop, misturando crítica social e leveza tropical. Uma canção que prova: elegância também pode ser rebeldia.
Conheça: 7 livros de Caetano Veloso para se aprofundar na arte e no Brasil
4. Gilberto Gil: poesia popular, diálogos globais e invenção permanente
Outro líder do movimento tropicalista, Gil é o poeta da harmonia global. Traduz o Brasil para o mundo e o mundo para o Brasil, misturando reggae, baião, samba e rock. Suas letras são crônicas filosóficas, de beleza e sabedoria.
Como destaca o Itaú Cultural, a obra de Gil nos ajuda a intensificar o debate sobre ancestralidade — não apenas como tema musical, mas como postura ética e espiritual. Sua arte faz pontes entre passado e futuro, entre corpo e palavra, entre som e sentido.
Leitura recomendada: Todas as Letras, organização de Carlos Rennó. Disponível na AMAZON

Reflexão: Ritmo como argumento, metáfora como política — Gil canta pensando, e pensa cantando.
Em “Novidade”, Gilberto Gil canta o Brasil entre o espanto e a fé. Com a participação de Caetano Veloso e Ivete Sangalo, a canção mistura gerações e ritmos, lembrando que a beleza ainda resiste. Linda!
Conheça: Gilberto Gil em 10 livros para conhecer um dos maiores artistas do Brasil
5. Chico Buarque: letra, teatro e romance: a canção como gênero literário
Cantor, compositor e escritor, Chico Buarque é reconhecido por suas letras profundas e seu engajamento político.
Autor múltiplo, Chico constrói uma ponte entre literatura, teatro e música. Suas canções narram personagens e dramas, com a precisão de um romancista e a sutileza de um poeta.
Como lembra a Rolling Stone Brasil, a influência de Chico atravessa fronteiras — chegando até mesmo à cena musical internacional. Sua arte inspirou o nome da banda britânica Radiohead, um detalhe simbólico que revela o quanto sua obra ecoa além do Brasil.
Leitura recomendada: Chico Buarque — Leituras e Canções
Sobre o livro: Uma homenagem a Chico Buarque de Hollanda: ensaístas, jornalistas, ficcionistas e poetas e estudiosos interpretam as canções, o teatro e a ficção deste artista, um dos mais representativos da cultura brasileira contemporânea. Uma obra definitiva, com ensaio fotográfico inédito e textos que vão do rigor crítico ao depoimento afetivo. Para ler e cantar junto. + AMAZON

Reflexão: Sua escrita é arquitetura sonora. O verso é construção e demolição ao mesmo tempo.
Para ouvir agora: lançada em 1993, “Futuros Amantes” é uma das canções mais poéticas de Chico Buarque. Nela, o amor é imaginado como um vestígio arqueológico — o que resta, mesmo quando tudo passa.
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6. Elis Regina: interpretação como leitura crítica da canção brasileira
A voz de Elis é pura dramaturgia. Cada pausa, cada respiração é uma vírgula que reescreve a música. Ela interpretava como quem lê o coração de um texto.
Como lembra o G1, em reportagem de Mauro Ferreira, os 80 anos de Elis geram novas celebrações, documentários e shows, reafirmando seu impacto eterno sobre a música brasileira. Sua voz não envelhece: apenas se renova em quem ainda se emociona.
Leitura recomendada: Elis Regina – Uma Biografia, de Arthur de Faria

Reflexão: Corpo e voz como leitura. Elis transformava sentimento em análise. Emoção em crítica musical.
“Como Nossos Pais”, escrita por Belchior e eternizada na voz de Elis Regina, é um dos maiores momentos da música brasileira. Uma canção sobre o tempo, o desencanto e o desejo de mudar o mundo — mesmo quando ele insiste em permanecer o mesmo:
Conheça: As 8 melhores músicas de Elis Regina e 5 livros incríveis!
7. Roberto Carlos: o Rei da canção popular que atravessou décadas
Símbolo da canção popular, Roberto Carlos construiu uma trilha sonora afetiva para o Brasil. Sua obra fala de amor, fé e cotidiano com simplicidade e carisma.
Leitura recomendada: Roberto Carlos – Biografia, de Jotabê Medeiros

Reflexão: O sucesso é a forma popular da eternidade: Roberto fez da emoção um patrimônio nacional.
8. Milton Nascimento: voz única e o Clube da Esquina como romance cantado
Milton é travessia: entre Minas e o mundo, entre fé e poesia. Sua voz carrega o Brasil profundo, como se cada nota fosse uma estrada para casa.
Leitura recomendada: Milton Nascimento – Uma travessia

Sobre o livro: Dono de uma voz potente e ao mesmo tempo doce e suave, Milton Nascimento se tornou um dos maiores artistas brasileiros. Suas composições – como “Travessia”, “Coração de estudante”, “Clube da esquina nº 2”, “Cais” e “Maria, Maria” – estão no imaginário da cultura brasileira, eternizadas por sua voz ou pela de tantos intérpretes. + COMPRE NA AMAZON
Reflexão: Canção como território emocional: Milton canta como quem escreve memórias em partitura
9. Elza Soares: manifesto em voz: corpo, samba e reinvenção
Elza é força ancestral e futuro. Sua voz é denúncia, festa e cura. Misturou samba, rock e funk, transformando dor em potência artística.
Leitura recomendada: Elza, de Zeca Camargo

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Reflexão: Ler Elza é entender o Brasil em sua dor e brilho: a performance é biografia viva.
10. Gal Costa: a voz da Tropicália entre tradição e experimento
Gal cantava como quem explora fronteiras. Foi o rosto e o som da liberdade tropicalista, fazendo da voz um instrumento de invenção.
Leitura recomendada: A Todo Vapor – O Tropicalismo segundo Gal, de Taissa Maia + AMAZON

Reflexão: Gal é o elo entre o passado e o que ainda será — cada canção sua é um manifesto pela arte livre.
11. João Gilberto: a estética minimalista que criou a bossa nova
João inventou o silêncio. Fez da pausa um verso e do sussurro um instrumento. Sua revolução foi discreta, mas definitiva.
Leitura recomendada: Amoroso, de Zuza Homem de Mello

Sinopse do livro: Já não restam superlativos para caracterizar a música de João Gilberto. Com sua voz e seu violão inigualáveis, o criador da bossa nova foi reverenciado no mundo inteiro ― até nos deixar, aos 88 anos, em julho de 2019. Escrito pelo produtor e pesquisador musical Zuza Homem de Mello, Amoroso é a primeira biografia dedicada ao baiano de Juazeiro. Personagem tão apaixonante quanto idiossincrático, João Gilberto é aqui retratado pelo prisma de sua arte. + AMAZON
Reflexão: O canto baixo é revolução! João mostrou que a leveza também é poder.
12. Maria Bethânia: intensidade ritual: palavra dita, palavra cantada
Bethânia transforma o palco em altar. Sua presença é poesia em movimento: canta, reza, fala. Tudo é rito.
Leitura recomendada: Ninguém sabe quem sou eu, de Carlos Jardim

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Reflexão: A palavra em Bethânia tem corpo: cada sílaba é oferenda à arte de dizer.
13. Carmen Miranda: a pequena notável e a brasilidade em cena global
Primeiro ícone pop brasileiro, Carmen levou o samba ao cinema e o transformou em espetáculo mundial. Sua imagem é símbolo e crítica da cultura tropical.
Leitura recomendada: Carmen, de Ruy Castro

Reflexão: Carmen é performance e persona: um espelho de como o Brasil se vê e é visto.
14. Djavan: fusão de MPB, jazz e África em harmonia sofisticada
Djavan compõe como quem pinta sons. Suas letras e harmonias desafiam fórmulas, fazendo da música um jogo de cores e sentidos.
Leitura recomendada: Açaí + Seca, de Daniel Kondo. Compre na AMAZON
O livro possui leitura circular, ou seja, cabe ao leitor decidir por qual canção deseja iniciar sua jornada!

Reflexão: A palavra se dobra no som: em Djavan, a canção é um quadro impressionista.
15. Marisa Monte: MPB contemporânea: tradição em diálogo com o pop
Marisa é herdeira da sofisticação da MPB e da sensibilidade moderna. Suas interpretações unem o clássico e o urbano, o íntimo e o coletivo.
Leitura recomendada: Obra ou estudo sobre Marisa Monte e o cenário dos anos 90.

Reflexão: A delicadeza pode ser força e Marisa prova isso em cada nota.
16. Rita Lee: pioneira do rock brasileiro: humor, liberdade e invenção
Rita é a irreverência em pessoa. Transformou o palco em espaço de libertação feminina e artística.
Leitura recomendada: Rita Lee – Uma autobiografia

Reflexão: O riso é subversivo! Rita usou o humor como ferramenta de resistência.
Conheça: As 20 músicas de Rita Lee que com certeza você sabe cantar!
17. Nara Leão: delicadeza com posicionamento
Nara foi a consciência da bossa nova. Cantava baixinho, mas suas letras falavam alto. Misturava afeto e crítica social com elegância.
Leitura recomendada: Nara Leão – trajetória, engajamento e movimentos musicais

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Reflexão: A doçura é uma forma de coragem — Nara fez política em tom menor.
18. Adoniran Barbosa: cronista do samba paulistano: cidade e fala popular
Adoniran é o contador de histórias da metrópole. Suas músicas são crônicas da vida simples, faladas com sotaque de verdade.
Leitura recomendada: Adoniran – Uma biografia

Reflexão: Adoniran transformou o cotidiano em poesia falada.
19. Alcione, nossa rainha do samba: potência vocal e tradição com frescor
Alcione é força, ritmo e elegância. Sua voz enche o ar de pertencimento e ancestralidade.
Leitura recomendada: Canto de rainhas: o poder das mulheres que escreveram a história do samba. Disponível na Amazon

Reflexão: Cantar é continuar o samba e Alcione mantém viva a chama do gênero com majestade.
20. Zeca Pagodinho: poesia do cotidiano na roda de samba
Zeca é o sorriso do samba. Suas letras narram a vida como ela é: simples, esperta, divertida.
Leitura recomendada: Zeca Pagodinho – O Samba e o Brasil Carioca

Reflexão: A leveza é sabedoria! Zeca ensina que a alegria também é profundidade.
21. Tim Maia
Tim Maia é energia pura. Misturou soul, funk e samba com uma autenticidade inigualável. Sua música é pulsação e verdade.
Leitura recomendada: Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta. Compre na Amazon

Reflexão: Tim é um dos nossso grandes cantores brasileiros. É o exagero como estética e a sinceridade como arte. Conheça: As 25 músicas de Tim Maia mais tocadas nos últimos anos
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