atualizado em 22/12/2025
Virginia Woolf costuma ocupar um lugar quase sagrado entre leitores: uma grande escritora, um nome incontornável do modernismo, uma voz intelectual poderosa. Mas, como toda pessoa real, Woolf também foi feita de contradições, manias, inseguranças, pequenos gestos cotidianos e episódios surpreendentes.
Conhecer essas camadas não diminui sua obra. Ao contrário: humaniza, aproxima e ilumina a escrita de uma autora que pensava a literatura a partir da própria experiência. A seguir, reunimos 58 curiosidades sobre Virginia Woolf que ajudam a enxergá-la para além do mito.
Infância, família e formação
- Quando criança, Virginia teve muita dificuldade para aprender francês.
- Era excelente nos esportes durante a infância.
- Seu apelido de bebê era “A Cabra”.
- Aos 7 anos, aprendeu latim e francês com a mãe, Julia Stephen.
- Aos 13 anos, após a morte da mãe, disse que aquele havia sido “o maior desastre que poderia acontecer”.
- Ainda criança, gostava de contar histórias para dormir às crianças da casa vizinha, os Dilkes.
- Na adolescência, tornou-se extremamente tímida: sentia vergonha intensa ao falar com estranhos e evitava contato visual.
Escrita, leitura e processos criativos
- Woolf chegou a escrever em pé, numa mesa alta, porque queria observar o texto como um pintor observa a tela.
- Aos 11 anos, testou diversos tipos de canetas em busca da “sensação perfeita” ao escrever.
- Preferia escrever à mão, no papel.
- Quando escrevia A Viagem, seu primeiro romance, sentia-se insegura e pedia conselhos constantes aos amigos.
- No início da carreira, achava que os nomes dos personagens não eram tão importantes.
- Alguns de seus primeiros textos foram publicados no The Guardian.
- Woolf leu e escreveu compulsivamente para compensar o fato de não ter formação universitária — mulheres eram proibidas de frequentar a universidade.
- Uma das ideias iniciais de Um Teto Todo Seu surgiu enquanto ela tomava banho.
- Geralmente se sentia profundamente deprimida ao concluir um livro.
- O diário de sua juventude continha textos densos, muitos deles ensaios prontos para publicação.
- Ouviu Beethoven enquanto escrevia As Ondas.
Saúde mental, crises e sensibilidade
- Aos 22 anos, tentou se matar pulando da janela de um hospital — mas estava no segundo andar e sobreviveu.
- Durante crises, acreditava que pássaros cantavam em grego.
- Em um episódio, imaginou que o rei Edward VII estava escondido nas árvores, amaldiçoando-a.
- Sofreu com anorexia.
- Costumava reler diários escritos em períodos de lucidez e felicidade — e ria de si mesma.
- Um médico da família recomendou que estudasse menos e caminhasse mais ao ar livre para controlar a ansiedade.
Vida cotidiana, hábitos e manias
- Detestava tirar fotografias.
- Criticava os hábitos alimentares dos amigos durante o jantar.
- Não tinha senso algum de moda e nunca sabia o que vestir.
- Era péssima com cálculos e desistiu de controlar as finanças da casa, tarefa que ficou com Leonard Woolf.
- Era uma cliente difícil e discutia com lojistas sobre o que deveriam vender.
- Gostava de longas caminhadas à tarde, atravessando valas, morros e cercas.
- Às vezes escrevia sentada numa poltrona velha.
- Seu cachorro Hans costumava fazer as necessidades no tapete da sala.
Amor, amizades e relações intensas
- Escrevia cartas diárias à irmã Vanessa quando estavam separadas.
- Quando jovem, chegou a considerar se casar com Lytton Strachey.
- Viveu um romance com Vita Sackville-West; Orlando é uma homenagem a ela.
- Disse, aos 27 anos, que não gostava de sexo.
- Ficou arrasada por 24 horas após uma piada de Clive Bell sobre seu chapéu.
- Leonard Woolf, seu marido, tinha um macaco de estimação chamado Mitz.
Episódios curiosos (e quase inacreditáveis)
- Inventou personagens fictícios com amigos do Grupo Bloomsbury para escrever um romance coletivo por cartas.
- Uma vez foi comprar um livro que achava ter perdido — e encontrou o exemplar dentro da própria bolsa ao voltar para casa.
- Comprou um carro de luxo e fez aulas de direção, mas preferia sentar no banco do passageiro.
- Matriculou-se numa escola de culinária após o casamento e, sem querer, cozinhou o anel de casamento dentro de um pudim.
- Aos 11 anos, respondeu que o Natal celebrava “a crucificação” — e caiu na gargalhada. Foi castigada.
- Participou da famosa farsa do H.M.S. Dreadnought, disfarçando-se como príncipe da Abissínia.
- Sua peça Freshwater provocou gargalhadas tão altas que abafaram a encenação.
Política, guerra e posicionamento
- Woolf era pacifista.
- Foi membro da Fabian Society, movimento socialista democrático.
- Durante a Segunda Guerra Mundial, ela e Leonard decidiram que se suicidariam caso os nazistas vencessem; mantinham gasolina escondida na garagem.
- Um comentário seu foi rejeitado pelo Times Literary Supplement por falta de “crítica histórica séria”.
Os últimos anos
- Perto de sua morte, uma bomba caiu próxima ao rio Ouse, formando um lago que atraiu aves até o jardim de sua casa.
- Woolf escreveu que sua morte seria “a única experiência que jamais descreveria”.
Por que conhecer essas curiosidades importa?
Conhecer essas curiosidades sobre Virginia Woolf não é exercício de voyeurismo literário. É uma forma de compreender como sua obra nasce da vida — com tudo o que ela tem de frágil, intensa, contraditória e profundamente humana.
Woolf não escreveu apesar de suas inquietações.
Ela escreveu a partir delas.
Perguntas frequentes: Curiosidades sobre Virginia Woolf
Quem foi Virginia Woolf?
Virginia Woolf foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, uma das principais vozes do modernismo literário. Autora de obras como Mrs Dalloway, Ao Farol e Orlando, ela revolucionou a forma de narrar a experiência humana na literatura.
Por que Virginia Woolf desperta tanto interesse até hoje?
Porque sua obra une inovação estética, reflexão sobre o tempo, a mente e o papel da mulher na sociedade. Além disso, sua vida pessoal — marcada por crises, afetos intensos e posicionamento político — ajuda a compreender a força e a complexidade de sua escrita.
As curiosidades sobre Virginia Woolf ajudam a entender sua obra?
Sim. Conhecer hábitos, crises, relações e episódios cotidianos de Virginia Woolf ajuda a perceber como sua literatura nasce da experiência vivida. Muitas escolhas narrativas dialogam diretamente com sua sensibilidade, seus medos e sua visão de mundo.
Virginia Woolf fazia parte de algum movimento literário?
Sim. Ela integrou o modernismo inglês e participou ativamente do Grupo de Bloomsbury, círculo de artistas e intelectuais que defendiam liberdade criativa, pensamento crítico e novas formas de viver e escrever.
Por onde começar a ler Virginia Woolf?
Para iniciantes, Mrs Dalloway e Ao Farol são boas portas de entrada. Já Um Teto Todo Seu é essencial para compreender seu pensamento sobre literatura, mulheres e criação artística.
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FReferência: Flavorwire


