O mundo pós-aniversário, de Lionel Shriver, é um livro sobre possibilidades, sobre mundos paralelos e também sobre o quanto é difícil a escolha que, por mais que seja feita com absoluta certeza, sempre existirá a pergunta em nossa mente “e se eu tivesse feito diferente?”

    O mundo pós-aniversário

    Irina McGovern é uma mulher de 40 anos, ilustradora de livros infantis, gosta muito de cozinhar e de comer pipoca todas as noites ao lado de seu marido Lawrence Trainer, um viciado em televisão e profissional de pesquisas econômicas e políticas. Num dia, uma colega de profissão a convida para jantar, para comemorar o aniversário de seu marido Ramsey Acton, um jogador de sinuca. O encontro no dia do aniversário de Ramsey se repete por vários anos até que num determinado aniversário, Jude (a colega) e Lawrence não podem comparecer ao aniversário de Ramsey e então cabe a Irina levar o amigo para jantar.

    Durante o jantar, Ramsey conquista Irina e então um beijo acontece ou quase acontece. E a partir desse ponto a história se divide em duas: de um lado temos a Irina que beijou e se apaixonou por Ramsey e foi viver sua história de amor. Do outro lado temos a Irina que não beijou Ramsey e continuou confortável em sua vida de sempre, sem novidades, tudo correndo como um rio sem força.

    O mundo pós-aniversário é genial

    Lionel Shriver foi genial pela forma como dividiu a história, e como certas coisas se repetem nos dois mundos, ela poderia ter caído no abismo da mesmice, mas ela conseguiu surpreender nas duas histórias. E eu fico pensando no processo de criação do livro, como ela fez? Escreveu uma história, e depois a outra, ou foi realmente intercalando capítulo por capítulo as possíveis vidas de Irina?

    Eu considero um livro bom quando, mesmo que passe o tempo, a história bate à sua porta e lhe entrega a verdade, ou então lhe deixa com dúvida sobre o que fazer. Alice deveria mesmo ter seguido o coelho? O mundo pós-Aniversário me causará isso, tenho certeza, pois o que mais fazemos nesta vida é querer acertar nas nossas escolhas para que o “e se isso ou aquilo” não nos perturbe demais. Mas eu tenho um trunfo agora, que antes eu ficava em dúvida sobre a veracidade dele, e agradeço Lionel Shriver por me ajudar nessa: “O momento é tudo.”

    Confira uma entrevista com a autora

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