Stephen King, escritor americano, que nasceu em 1947, escreveu It, A Coisa em 1986. Nesta história um ser sobrenatural mata crianças com muita violência, porém, sete crianças, por motivos diferentes, conseguem escapar da terrível morte e então se juntam para destruir esse mal que nem elas conseguem explicar o que é.

A história começa relatando a triste e terrível morte de um menino que, brincando com o seu barquinho de papel (feito por Bill Denbrough, o irmão mais velho e um dos personagens principais da história), é atacado por um palhaço assassinato, a Coisa, que, antes dele já tinha cometido outros crimes na cidade de Denver, um lugar misterioso e com um passado marcado por mortes horríveis e difíceis de compreender e, o mais chocantes, parece que os moradores da cidade não se importam com isso.

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Após a morte do irmão, Bill vê a sua vida familiar desmoronar porque os pais, arrasados com a morte do filho mais novo, demonstram total apatia perante a vida. E Bill, apenas um garoto, se sente sozinho e também culpado pela tragédia que se instalou em sua casa.

O que torna a vida de Bill menos difícil é a amizade que ele faz com seis crianças também moradoras de Denver. E depois, quando os laços da confiança já estão feitos, todas elas revelam que presenciaram algo sobrenatural e muito ruim em suas vidas, o que leva à conclusão de que A Coisa já tentou matá-los.

Na medida que a leitura avança, o leitor conseguirá montar a história em sua mente de uma forma linear, pois a história intercala momentos do passado de Bill e seus amigos com o presente, quando eles já não são mais moradores de Denver, são adultos, levando uma vida aparentemente normal até o dia que Mike, uma das crianças que no passado conseguiu “vencer” a Coisa, chama os amigos de volta à cidade, pois ele tem certeza que o monstro assassino voltou a atacar.

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Da infância para a vida adulta

Mike trabalha numa biblioteca e é pesquisador assíduo de sua própria cidade. Ele pesquisa todo o passado de Denver, desde quando a cidade era apenas uma vila até o momento presente. Assim, ele descobre que A Coisa atacada, em média, a cada 30 anos, destruindo lares, causando pânico, transformando pessoas más em piores, instigando o mal, a vingança, o preconceito, a violência e, como sempre, matando crianças.

O reencontro dos amigos, que no passado conseguiram vencer a Coisa, reforça o quanto a amizade deles era forte, pois à medida que conversam e se redescobrem, toda a história que eles viveram na cidade quando crianças vem à tona com muita força e clareza, o que gera um conforto familiar, como se quando reunidos, fossem realmente uma família disposta a combater todo o mau. E assim, eles partem para, desta vez, matar realmente A Coisa, custe o que custar.

A Coisa é algo que para cada um pode aparecer de uma forma diferente, como o Bicho-Papão, que se transforma de acordo com o maior medo da criança. Então, o jeito de vencer o medo é encarando-o, mas quando se é pego desprevenido e em momentos vulneráveis, qualquer um se torna presa fácil. Stephen King, como sempre, consegue levar o leitor a sentir o mesmo medo do personagem, mesmo sabendo de que nada ali é real, fica fácil imaginar um palhaço medonho atrás de você agora.

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O sobrenatural

Um tema mais recorrente que o sobrenatural nas obras de Stephen King é a violência, que acaba consumindo personagens e também podem levar o leitor a momentos perturbadores, com aquela sensação de que não será possível continuar a leitura diante de tanto terror. Este, um terror real, possível e que, infelizmente, está também na vida de cada um de nós.

Em It, a Coisa, por exemplo, várias situações de violência emolduram o aparecimento do sobrenatural, como se fosse uma demonstração de que o pior mesmo é o ser humano, como se em cada atitude preconceituosa, uma pequena semente de terror fosse plantada na humanidade. A Coisa, seja um palhaço, um lobisomem, um abutre gigante, não se compara com a violência que um ser humano pode exercer sobre outro ser humano. Há cenas de violência contra os homossexuais, as mulheres e os negros, de uma forma tão forte, dolorida, penosa e revoltante que qualquer monstro escondido no armário fica pequeno.

O final decepciona, mas…

Se Stephen King é um grande escritor, tenho certeza que os méritos estão relacionados a essa crítica – dolorida – que ele faz perante o preconceito, que não está presente apenas em A Coisa, mas em outros livros dele também. Aliás, caro leitor, quando você chegar ao final da leitura vai descobrir que a Coisa é mais real do que parece, o que deixa tudo mais leve. Neste ponto faço uma crítica negativa porque após 1.000 páginas eu gostaria de ter visto um final mais condizente com o terror que a Coisa se apresenta em toda a história. A Coisa, por fim, é como uma aranha que dá para esmagar com o pé. Decepciona, mas não tira a boa sensação de conhecer a história de personagens incríveis; Bill, Mike, Ben, Stan, Richie, Eddie e Beverly são como aqueles pequenos heróis de infância que, por instinto, vivem uma grande história sem saber.

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