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    15 lindas poesias de Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

    livroecafeBy livroecafe03.0666 Mins Read
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    Ricardo Reis foi um heterônimo do poeta português Fernando Pessoa. Com características neoclássicas, as poesias registradas por esse heterônimo dialogam com o sentido de “Carpe Diem”, objetividade e niilismo. Conheça abaixo as mais lindas poesias de Ricardo Reis.

    1. Aqui (Ricardo Reis)

    Aqui, neste misérrimo desterro
    Onde nem desterrado estou, habito,
    Fiel, sem que queira, àquele antigo erro
    Pelo qual sou proscrito.
    O erro de querer ser igual a alguém
    Feliz em suma — quanto a sorte deu
    A cada coração o único bem
    De ele poder ser seu.

    2. Antes de Nós

    Antes de nós nos mesmos arvoredos
    Passou o vento, quando havia vento,
    E as folhas não falavam
    De outro modo do que hoje.
    Passamos e agitamo-nos debalde.
    Não fazemos mais ruído no que existe
    Do que as folhas das árvores
    Ou os passos do vento.

    3. A Nada Imploram (Ricardo Reis)

    A nada imploram tuas mãos já coisas,
    Nem convencem teus lábios já parados,
    No abafo subterrâneo
    Da úmida imposta terra.
    Só talvez o sorriso com que amavas
    Te embalsama remota, e nas memórias
    Te ergue qual eras, hoje
    Cortiço apodrecido.
    E o nome inútil que teu corpo morto
    Usou, vivo, na terra, como uma alma,
    Não lembra. A ode grava,
    Anônimo, um sorriso.

    4. Bocas Roxas (Ricardo Reis)

    Bocas roxas de vinho,
    Testas brancas sob rosas,
    Nus, brancos antebraços
    Deixados sobre a mesa;

    Tal seja, Lídia, o quadro
    Em que fiquemos, mudos,
    Eternamente inscritos
    Na consciência dos deuses.

    Antes isto que a vida
    Como os homens a vivem
    Cheia da negra poeira
    Que erguem das estradas.

    Só os deuses socorrem
    Com seu exemplo aqueles
    Que nada mais pretendem
    Que ir no rio das coisas.

    5. Breve o Dia

    Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
    Não tarda nada sermos.
    Isto, pensado, me de a mente absorve
    Todos mais pensamentos.
    O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,
    Que, inda que mágoa, é vida.

    Ricardo Reis
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    6. Cada Um

    Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
    E deseja o destino que deseja;
    Nem cumpre o que deseja,
    Nem deseja o que cumpre.

    Como as pedras na orla dos canteiros
    O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
    Que a Sorte nos fez postos
    Onde houvemos de sê-lo.

    Não tenhamos melhor conhecimento
    Do que nos coube que de que nos coube.

    Cumpramos o que somos.
    Nada mais nos é dado.

    7. Coroai-me

    Coroai-me de rosas,
    Coroai-me em verdade,
    De rosas —
    Rosas que se apagam
    Em fronte a apagar-se
    Tão cedo!
    Coroai-me de rosas
    E de folhas breves.
    E basta.

    8. Da Lâmpada

    Da lâmpada noturna
    A chama estremece
    E o quarto alto ondeia.

    Os deuses concedem
    Aos seus calmos crentes
    Que nunca lhes trema
    A chama da vida
    Perturbando o aspecto
    Do que está em roda,
    Mas firme e esguiada
    Como preciosa
    E antiga pedra,
    Guarde a sua calma
    Beleza contínua.

    9. Da Nossa Semelhança

    Da nossa semelhança com os deuses
    Por nosso bem tiremos
    Julgarmo-nos deidades exiladas
    E possuindo a Vida
    Por uma autoridade primitiva
    E coeva de Jove.

    Altivamente donos de nós-mesmos,
    Usemos a existência
    Como a vila que os deuses nos concedem
    Para, esquecer o estio.

    Não de outra forma mais apoquentada
    Nos vale o esforço usarmos
    A existência indecisa e afluente
    Fatal do rio escuro.

    Como acima dos deuses o Destino
    É calmo e inexorável,
    Acima de nós-mesmos construamos
    Um fado voluntário
    Que quando nos oprima nós sejamos
    Esse que nos oprime,
    E quando entremos pela noite dentro
    Por nosso pé entremos.

    Está gostando das poesias de Ricardo Reis? Conheça as 10 melhores poesias de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

    10. Flores

    Flores que colho, ou deixo,
    Vosso destino é o mesmo.
    Via que sigo, chegas
    Não sei aonde eu chego.
    Nada somos que valha,
    Somo-lo mais que em vão.

    11. Nada Fica

    Nada fica de nada. Nada somos.
    Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
    Da irrespirável treva que nos pese
    Da humilde terra imposta,
    Cadáveres adiados que procriam.
    Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
    Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
    A que um íntimo sol dá sangue, temos
    Poente, por que não elas?
    Somos contos contando contos, nada.

    12. Para ser grande, sê inteiro: nada

    Para ser grande, sê inteiro: nada
    Teu exagera ou exclui.
    Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
    No mínimo que fazes.
    Assim em cada lago a lua toda
    Brilha, porque alta vive

    13. Nos Altos Ramos

    Nos altos ramos de árvores frondosas
    O vento faz um rumor frio e alto,
    Nesta floresta, em este som me perco
    E sozinho medito.

    Assim no mundo, acima do que sinto,
    Um vento faz a vida, e a deixa, e a toma,
    E nada tem sentido — nem a alma
    Com que penso sozinho.

    14. O que Sentimos

    O que sentimos, não o que é sentido,
    É o que temos.
    Claro, o inverno triste
    Como à sorte o acolhamos.
    Haja inverno na terra, não na mente.
    E, amor a amor, ou livro a livro, amemos
    Nossa caveira breve.

    15. O Sono é Bom

    O sono é bom pois despertamos dele
    Para saber que é bom. Se a morte é sono
    Despertaremos dela;
    Se não, e não é sono,
    Conquanto em nós é nosso a refusemos
    Enquanto em nossos corpos condenados
    Dura, do carcereiro,
    A licença indecisa.

    Lídia, a vida mais vil antes que a morte,
    Que desconheço, quero; e as flores colho
    Que te entrego, votivas
    De um pequeno destino.

    16. Pois que nada que dure, ou que, durando (Ricardo Reis)

    Pois que nada que dure, ou que, durando,
    Valha, neste confuso mundo obramos,
    E o mesmo útil para nós perdemos
    Conosco, cedo, cedo.

    O prazer do momento anteponhamos
    À absurda cura do futuro, cuja
    Certeza única é o mal presente
    Com que o seu bem compramos.

    Amanhã não existe. Meu somente
    É o momento, eu só quem existe
    Neste instante, que pode o derradeiro
    Ser de quem finjo ser?

    17. Quanta Tristeza

    Quanta tristeza e amargura afoga
    Em confusão a ‘streita vida!
    Quanto Infortúnio mesquinho
    Nos oprime supremo!
    Feliz ou o bruto que nos verdes campos
    Pasce, para si mesmo anônimo, e entra
    Na morte como em casa;
    Ou o sábio que, perdido
    Na ciência, a fútil vida austera eleva
    Além da nossa, como o fumo que ergue
    Braços que se desfazem
    A um céu inexistente.

    18. Quanto Faças (Ricardo Reis)

    Quanto faças, supremamente faze.
    Mais vale, se a memória é quanto temos,
    Lembrar muito que pouco.
    E se o muito no pouco te é possível,
    Mais ampla liberdade de lembrança
    Te tornará teu dono.

    19. Rasteja Mole (Ricardo Reis)

    Rasteja mole pelos campos ermos
    O vento sossegado.
    Mais parece tremer de um tremor próprio,
    Que do vento, o que é erva.
    E se as nuvens no céu, brancas e altas,
    Se movem, mais parecem
    Que gira a terra rápida e elas passam,
    Por muito altas, lentas.
    Aqui neste sossego dilatado
    Me esquecerei de tudo,
    Nem hóspede será do que conheço
    A vida que deslembro.
    Assim meus dias seu decurso falso
    Gozarão verdadeiro.

    20. Segue o teu destino

    Segue o teu destino,
    Rega as tuas plantas,
    Ama as tuas rosas.
    O resto é a sombra
    De árvores alheias.

    A realidade
    Sempre é mais ou menos
    Do que nós queremos.
    Só nós somos sempre
    Iguais a nós-próprios.

    Suave é viver só.
    Grande e nobre é sempre
    Viver simplesmente.
    Deixa a dor nas aras
    Como ex-voto aos deuses.

    Vê de longe a vida.
    Nunca a interrogues.
    Ela nada pode
    Dizer-te. A resposta
    Está além dos deuses.

    Mas serenamente
    Imita o Olimpo
    No teu coração.
    Os deuses são deuses
    Porque não se pensam.

    Gostou do heterônimo Ricardo Reis? Conheça todos os livros de Fernando Pessoa para download em pdf

    Imagem: Almada Negreiros. Retrato de Fernando Pessoa, 1954, óleo sobre tela, 201 x 201 cm

    Fernando Pessoa Literatura Portuguesa poesia Ricardo Reis
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