Nathaniel Hawthorne, autor de “A Letra Escarlate”, nasceu em 4 de julho de 1804, em Salem, Massachusetts, e faleceu em 19 de maio de 1864. Pertencente ao movimento romântico americano, Hawthorne é conhecido por seus elementos góticos e exploração das complexidades morais. Além de “A Letra Escarlate”, suas obras incluem “A Casa das Sete Torres” e “O Fauno de Mármore”.

    “A Letra Escarlate” é uma narrativa ambientada na Boston puritana do século XVII. Hester Prynne, a protagonista, é condenada por adultério e marcada pela letra “A” escarlate, tornando-se um símbolo vivo de sua transgressão. A trama se desenrola explorando as consequências do pecado, revelando a identidade do pai de sua filha ilegítima e a jornada de Hester em meio ao julgamento social implacável.

    A letra escarlate
    Edição da Editora Antofágica

    Hester Prynne é uma figura ímpar, forjando sua identidade apesar da marca da vergonha. Sua relação com a sociedade puritana é complexa, pois ela desafia as normas ao recusar-se a revelar o nome do pai de sua filha. A personagem é uma representação vívida da luta individual contra a opressão moral, oferecendo uma visão penetrante das tensões entre o indivíduo e a sociedade.

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    Contexto histórico e cenários

    O contexto histórico do livro é crucial para a compreensão da trama. A história ocorre durante a rigorosa era puritana da América colonial, destacando as normas morais rígidas e a hipocrisia inerente à sociedade da época. Hawthorne utiliza esse pano de fundo para explorar as complexidades morais e a interação entre o pecado, a redenção e o julgamento social.

    Os cenários da história, desde os claustrosos becos de Boston até as zonas florestais, desempenham um papel significativo na narrativa, simbolizando a dualidade entre a sociedade restritiva e a liberdade individual. A natureza selvagem da floresta é um contraste marcante com a ordem repressiva da cidade, refletindo as lutas internas dos personagens.

    “É curioso, no entanto, como às vezes muito tempo pode se passar até que as palavras habitem as coisas (…).”

    A Letra Escarlate

    O narrador onisciente

    “A Letra Escarlate” é narrado em terceira pessoa, mas o narrador é peculiar, pois possui uma perspectiva que sugere conhecimento além dos acontecimentos imediatos da história. Esse narrador é muitas vezes chamado de narrador onisciente seletivo, pois tem acesso aos pensamentos e emoções dos personagens, mas também comenta sobre eventos futuros e faz julgamentos sobre as ações das personagens.

    A contribuição desse tipo de narrador para a qualidade do livro é significativa. Ao ter uma visão abrangente dos personagens e eventos, o narrador onisciente seletivo permite uma exploração mais profunda das motivações e conflitos internos das personagens. Isso adiciona complexidade à trama, oferecendo aos leitores insights valiosos sobre as camadas psicológicas dos personagens.

    Assim, o narrador onisciente seletivo desempenha um papel crucial na qualidade de “A Letra Escarlate”, oferecendo uma profundidade de análise e uma visão crítica que enriquecem a compreensão da trama e das questões morais e sociais que ela aborda.

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    “Hester Prynne, enquanto isso, manteve-se onde estava, no pedestal da vergonha, com os olhos vidrados e um ar de desgastada indiferença. Tinha suportado naquela manhã tudo o que era possível suportar; e, não sendo seu temperamento do tipo propenso a escapar de sofrimentos muito intensos com um desmaio, seu espírito somente poderia abrigar-se sob uma crosta rochosa de insensibilidade, sua natureza animal intacta.”

    “A Letra Escarlate”

    “A Letra Escarlate” é uma obra de importância duradoura na literatura. Além de seu valor como uma análise profunda da condição humana, a obra destaca-se pela sua relevância contínua na discussão sobre o papel da mulher na sociedade. A personagem de Hester Prynne torna-se uma representação de resistência, conectando-se com os movimentos feministas e a luta das mulheres pela igualdade nos dias de hoje. A leitura do livro é, portanto, essencial para quem busca compreender as raízes da literatura americana e refletir sobre questões atemporais relacionadas à moralidade, liberdade e igualdade de gênero.

    O filme “A letra Escarlate”

    O filme “A Letra Escarlate” de 1995, dirigido por Roland Joffé, é uma adaptação cinematográfica do romance clássico de Nathaniel Hawthorne. Estrelado por Demi Moore como Hester Prynne, o filme captura de maneira visualmente impressionante a atmosfera austera e repressiva da sociedade puritana do século XVII. A cinematografia de Alex Thomson destaca os contrastes entre os cenários sombrios da cidade de Boston e a selvageria da floresta circundante, criando uma atmosfera rica em simbolismo e realçando as tensões morais da história.

    Demi Moore entrega uma performance sólida e comovente como Hester Prynne, incorporando a complexidade da personagem enquanto enfrenta as duras consequências de sua transgressão. Gary Oldman, no papel do reverendo Arthur Dimmesdale, oferece uma interpretação convincente de um homem atormentado pela culpa e pelo segredo. A trama do filme permanece fiel ao romance, explorando as implicações morais do adultério e examinando a dinâmica social opressiva da época. Embora algumas adaptações cinematográficas possam perder a essência de uma obra literária, o filme de 1995 consegue preservar a profundidade e a complexidade do material original, proporcionando aos espectadores uma experiência envolvente e reflexiva. Confira o trailer:

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