Creio que os três primeiros livros de As Crônicas de Gelo e Fogo fecham um ciclo. Também conclui que o Martin é um gênio. Diferentemente de outras séries em que cada livro é mais da mesma fórmula, o autor que adora matar preferiu fazer diferente. Parece que por trabalhar em Hollywood e ver tantos clichês, o velho Martin se irritou e quis ir além. E foi isso que ele fez até onde li.
No primeiro livro temos apresentação dos personagens e o estopim para a história, a briga entre o norte e o Sul, e prerrogativa de Daenerys. No segundo volume há a ação praticamente dita após um livro todo de tensão e mais afrontas, além de todos quererem se matar.
A programação dos ardilosos passos
O terceiro, A Tormenta de Espadas, tem seu início após o fim de uma grande batalha, embora a vitória da guerra estivesse longe para todos os lados. E a quebra de estereótipos que o volume trouxe foi que não houve mais batalhas. A guerra foi vencida num momento de pós coito, em que todos estavam cansados e programando seus próximos ardilosos passos.
Houve golpes de mestre e traições para todos os lados, e o mais importante, traições essas que não foram gratuitas, e tiveram enormes consequências. Houve sutilezas tão grandes (olha o paradoxo que o nosso autor nos obriga a usar para elogiá-lo) que teorias absurdas ou não foram feitas para explicações de eventos obscuros descritos em apenas uma linha.
Os nervos a flor da pele
Nessa quarta temporada há uma cena que em oriunda do final do terceiro livro, cuja narração me deixou com os nervos a flor da pele. Desisti da série televisiva, mas verei esse episódio só pra constatar se a tensão será a mesma.
O que mais me embasbaca no George é sua maestria no malabarismo de tantos personagens: sabe a hora certa de mover cada um deles e de entrelaçar suas histórias. O que aconteceu de maneira assustadora no final.
Estou muito ansioso pela continuação da série como eu não ficava desde a leitura de Desventuras em Série.