Americanah é um romance escrito por Chimamanda Ngozi Adichie, lançado neste ano no Brasil e tem resenha dele aqui. Abaixo uma seleção das frases que mais me chamaram a atenção durante a leitura.

    Mas Ifemelu não tivera uma grande epifania, não existia um motivo; simplesmente, camadas e camadas de descontentamento haviam se assentado sobre ela e formado uma massa que a impelia. (p. 14)

    Aceitaria que os romances dos quais ele gostava eram superiores, romances escritos por homens jovens ou quase jovens e repletos de coisas, um acúmulo fascinante e confuso de marcas, músicas, revistas em quadrinhos e ícones, que lidavam apenas de maneira superficial com as emoções e com cada frase estilosamente consciente de seu próprio estilo. Ifemelu havia lido muitos deles porque Blaine os recomendava, mas eram como algodão-doce, dissolvendo fácil na língua da memória. (p. 19)

    Obinze descobriria mais tarde que os homens e as mulheres importantes não conversavam com as pessoas, só falavam com elas, e aquela noite Chief falou e falou, discursando sobre política enquanto seus convidados exclamavam “Exatamente! Você tem razão, Chief! Obrigado!”. Eles usavam o uniforme das pessoas mais ou menos jovens e mais ou menos ricas de Lagos – mocassins de couro, jeans e camisas justas de gola aberta, todas com a assinatura de estilistas conhecidos – mas, em sua manira de agir, havia a ansiedade insistente dos homens necessitados. (p. 3)

    As frases dela continham uma pressa. (p. 40)

    Ifemelu não se interessava pela igreja e era indiferente a fazer qualquer esforço religioso, talvez porque sua mãe já fizesse tantos. Mas a fé da mãe a confortava; em sua mente, era uma nuvem branca que ficava acima de sua cabeça e ia onde quer que ela fosse. (p. 53)

    E sua alegria se tornava inquieta, batendo as asas dentro dela, como quem busca uma chance de sair voando. (p. 72)

    A cada mês de silêncio que se passava entre eles, Ifemelu sentia o próprio silêncio se calcificar e se tornar uma estátua imensa e sólida, impossível de derrotar. (p. 213)

    Não conseguiam entender por que as pessoas como ele, criadas com todo o necessário para satisfazer suas necessidades básicas, mas chafurdando na insatisfação, condicionadas desde o nascimento a olhar para outro lugar, eternamente convencidas de que a vida real acontecia nesse outro lugar, agora estavam resolvidas a fazer coisas perigosas, ilegais, para poder ir embora, sem estar passando fome, ter sido estupradas nem estar fugindo de aldeias em chama. Apenas famintas por escolhas e certezas. (p. 299)

    Obinze descobrira que a tristeza não diminuía com o tempo; na verdade, era um estado volátil. (p. 400)

    Entre eles, cresceu um silêncio, um silêncio ancestral que ambos conheciam. Ela estava dentro desse silêncio, e estava segura. (p. 474)

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