Sempre fui apaixonada por livros e filmes. Lembro que quando tinha por volta de sete anos, ganhei uma coleção de VHS´s que continha quatro curtas de animação inspirados em contos de fadas, entre eles um intitulado “A Rainha da Neve”, inspirado no conto de Hans Christian Andersen. Era um dos meus vídeos favoritos. Assisti incansavelmente. Quando os DVD´s entraram no mercado, minha família comprou o aparelho e doamos todos os filmes. Anos mais tarde, quando li a versão original do conto decidi procurar o curta e rever. Depois de assistir, percebi que a adaptação se tornou ainda mais encantadora, pois pude apreciá-la com a criticidade de um adulto, embora meu carinho pela obra continuasse o de uma criança.

    O conto original “The Snow Queen” foi publicado em 1845 e dividido em sete partes: About the Mirror and Its Pieces, A Little Boy and a Little Girl, The Flower Garden of the Woman Who Knew Magic, The Prince and the Princess, The Little Robber Girl, The Lapp Woman and the Finn Woman e What Happened at the Snow Queen´s Palace and What Happened Afterwards.  

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    Resolvi trazer o conto de Andersen para a postagem de hoje, pois é uma obra que merece ser conhecida. É um dos mais belos contos do escritor, além disso, depois que Disney utilizou a obra de Andersen como inspiração para o filme “Frozen – Uma Aventura Congelante”, os resultados do Google dirigem qualquer pesquisa para a animação e na maioria das vezes, os resultados nem mencionam o escritor ou o conto, o que mostra ainda mais que Hans merece reconhecimento.

    Não encontrei a versão do conto original e integral, então a versão a seguir é um resumo da original, mas já é suficiente para conhecer a obra.

    A rainha da neve

    “Um maldoso anão tinha fabricado um espelho mágico, que transformava em más pessoas todos os que nele se mirassem. Mas o espelho quebrou-se e seus pedaços foram se espalhando pelo mundo. Dois deles foram para uma sacada onde brincavam duas crianças, Gerda e Kai, e penetraram nos olhos e no coração do menino que, desde aquele momento, se transformou, de bom, no pior garoto da cidade. Kai era um rapaz inteligente e bom, que cuidava de lindíssimas rosas na varanda de casa competindo com sua amiga Gerda, que morava em frente dele. Desde aquele dia, Kai se tornou ruim e invejoso, fazendo de tudo para machucar Gerda.

    Quando o inverno chegou, ia Kai, um dia, pelas ruas cobertas de neve, montado em seu pequeno trenó, quando viu um grande trenó branco, que corria velozmente. Enganchou o seu naquele e, desse modo, fez-se arrastar na vertiginosa carreira. Mas viu, logo depois, com terror, que o misterioso veículo saía das muralhas da cidade e precipitava-se pelos campos. Por fim, o trenó se deteve e dele desceu a Rainha das Neves, completamente vestida de gelo, que lhe sorria e o chamava. Ele não resistiu e abraçou-a. Ela se inclinou para o menino, beijando-o. Ao sentir aquele beijo, Kai sentiu-se gelado e adormeceu. A fada tomou-o nos braços e levou-o ao seu longínquo país em um trenó de prata puxado por águias indo para o Reino da Neve. 

    Os dias passavam e Gerda em vão esperava Kai, que não regressava. Afinal, resolveu ir procurá-lo pelo mundo. Dirigiu-se para o rio, subiu numa barquinha e deixou-se levar pela correnteza. A embarcação, depois de muito navegar, foi deter-se num jardim cheio de flores, onde havia uma velha, que acolheu carinhosamente a menina Gerda e conduziu-a a uma pequena casa feita de vidros coloridos. Ali penteou-a com um pente mágico e a menina de tudo se esqueceu e ficou, naquele jardim encantado, vivendo muito feliz.

    Um dia, entretanto, viu umas rosas, que lhe recordaram o roseiral por ela plantado, com o auxílio de Kai, na sua pequena sacada, em casa, e voltou-lhe à mente a lembrança do amigo desaparecido. Resolvida a encontrá-lo, fugiu para o bosque e caminhou muito, sem sentir-se fatigada, até que encontrou uma menina, que morava numa casa meio em ruínas. A desconhecida, ao ouvir a história de Gerda, quis ajudá-la e levou-a para sua casa, onde perguntou aos pombos, pousados no telhado, se sabiam alguma coisa a respeito de Kai. “Sim!” responderam eles. A Rainha das Neves o levou com ela.

    A menina do bosque deu-lhe, então, um magnífico cervo que possuía havia tempo, dizendo ao animal: “Devolvo-te a liberdade, mas, em troca, leva esta minha amiga ao palácio da Rainha das Neves, que se acha em teu país.” Em seguida, ajudou a pobre Gerda a montar no lombo do animal, que partiu em disparada. Atravessaram campos, bosques, pântanos e, por fim, chegaram à Finlândia, onde estava situado o castelo da fada e o cervo fez a menina descer no jardim.

    Ao ficar sozinha, Gerda viu caírem a seu redor grandes flocos de neve, que se juntaram, procurando afogá-la. Mas a menina orou com fervor e, imediatamente, tudo se acalmou. Então, a menina entrou no castelo, onde encontrou Kai, que estava só e não a reconheceu. Gerda abraçou-o, chorando, e suas lágrimas, ao penetrarem no coração do menino, fizeram sair o fragmento do espelho, que nele se havia encravado. Kai também chorou e, desse modo, o outro fragmento que havia penetrado em seus olhos, também saiu. O menino, só então, reconheceu sua pequena amiga e com ela fugiu daquela prisão gelada. O cervo esperava-os lá fora para levá-los de volta ao seu país e, depois de uma longa caminhada, chegaram às suas casas para de novo cultivar suas belas rosas.”

    No conto original alguns fragmentos da história sofrem variações, mas a essência, em geral, é a mesma.

    Fonte: FairyTaleAndStories 

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