Há um número limitado de datas importantes que se fixam em nossa memória.  O dia em que nós nascemos. Os aniversários dos amigos e dos familiares mais próximos. Datas que marcam o primeiro beijo, o início do namoro, o casamento. Há, ainda, números funestos, dias em que alguém faleceu ou em que se diagnosticou alguma doença terminal.

    Mas e hoje, que dia é? Hoje deve ser o aniversário de uma data essencial e você pode nem saber. 15 de maio, por exemplo, sempre foi um dia qualquer no meu calendário. Mas não deveria. Minha irmã de coração descobriu que nesse dia, em 2005, eu lhe enviei um email que fez com nos tornássemos melhores amigos, até hoje.

    Não fosse esse resgate, jamais lembraríamos da data exata em que nossa história começou. E assim é.  Quantos dias importantes perdemos? Ou porque não fixamos essas datas, ou porque não sabíamos o quanto acontecimentos insignificantes ocorridos ali seriam essenciais para o nosso futuro?

    Qual foi o dia em que seus olhos cruzaram com os de quem você ama? Quando você descobriu o que pretendia ser da vida? Quando você chorou pela primeira vez ao assistir um filme? Qual data estava assinalada no calendário no momento em que você abraçou, pela última vez, sem saber, seus pais?

    Ah, como é intensa a vida. Como são poucos os dias em um ano. Se você viver o suficiente, com certeza, terá 365 aniversários, quase todos secretos. Primeiras e últimas vezes, sutilezas que cresceram até se transformarem no que sua vida é hoje. Passamos pelos anos sem comemorar essas pequenas explosões, esses desabrochares que povoam os meses.

    Até então, 15 de maio, foi só mais um dia. Mas agora ele deixou de ser um aniversário secreto. Agora, a cada ano eu vou ter o que comemorar. Uma das dádivas minhas nasceu ali. Mas e hoje, que dia é? Não sei o que essa data pode já ter significado para você. Talvez nem você o saiba. Em todo caso, Feliz Aniversário!

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