A carta de suicídio de Virginia Woolf revela seus sentimentos diante de um momento tão difícil em sua vida, mas também fala de amor…

    Virginia Woolf afogou-se no rio Ouse. Era o dia 28 de março de 1941. Ela tinha 57 anos de idade e sabia que, novamente, passaria por uma grave crise de depressão. Por não acreditar sentir forças para mais um enorme enfrentamento, ela decidiu tirar a própria vida. Na carta, ela agradece o amor de Leonard e afirma que nunca ninguém foi mais feliz do que ela ao lado dele.

    A carta de suicídio que Virginia Woolf escreveu

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    Dearest,

    I feel certain I am going mad again. I feel we can’t go through another of those terrible times. And I shan’t recover this time. I begin to hear voices, and I can’t concentrate. So I am doing what seems the best thing to do. You have given me the greatest possible happiness. You have been in every way all that anyone could be. I don’t think two people could have been happier till this terrible disease came. I can’t fight any longer. I know that I am spoiling your life, that without me you could work. And you will I know. You see I can’t even write this properly. I can’t read. What I want to say is I owe all the happiness of my life to you. You have been entirely patient with me and incredibly good. I want to say that – everybody knows it. If anybody could have saved me it would have been you. Everything has gone from me but the certainty of your goodness. I can’t go on spoiling your life any longer.

    I don’t think two people could have been happier than we have been.

    Em português:

    “Querido:
    Tenho a certeza de que estou novamente enlouquecendo: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou começando a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor.
    Você me deu a maior felicidade possível. Você foi em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou destruindo a tua vida, que sem mim você poderá trabalhar. E vai, eu sei. Como vê, nem isto consigo escrever direito. Não consigo ler.
    O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Você foi inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.
    Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém teria sido você. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida.
    Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.
    V.”

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