Há 4 anos a designer carioca Lorena Kaz resolveu juntar experiências pessoais sobre relacionamentos e histórias relatadas no grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA), do qual fez parte, para retratar por meio de quadrinhos autorais, reflexões profundas sobre sentimentos e a dependência emocional. Assim nasceu o Projeto Morrer de Amor – Apoio Emocional, uma página no Facebook que atualmente conta com mais de 177.000 seguidores.
Como uma maneira de ampliar o alcance desse projeto, a ilustradora lançou em março deste ano, pela Amora Editora, o livro homônimo Morrer de Amor e Continuar Vivendo, que contém 64 histórias em quadrinhos, algumas inéditas, e abordam temas como empoderamento feminino e relacionamentos, além de outros mais delicados, como a própria dependência emocional, relacionamentos abusivos e autoconhecimento.
“Durante anos acreditei que minha felicidade e realização pessoal dependiam do meu relacionamento afetivo. Não me sentia capaz de ser feliz sozinha. Com a terapia percebi que tinha um alto grau de dependência emocional e que poderia mudar minhas relações se trabalhasse minha autoestima”, explica Lorena. “Agora quero ajudar outras mulheres a se valorizarem e saírem da situação de abuso e dependência emocional dentro do relacionamento afetivo”.
Lorena Kaz, integrante de uma família de artistas renomados como os tios cartunistas Ziraldo e Zélio Alves Pinto, utiliza-se de seus traços marcantes para desmistificar estereótipos e aprofundar um pouco mais o conhecimento geral sobre o tema. “Fala-se muito sobre violência física, mas muito pouco sobre outros tipos de abuso, como o verbal e o psicológico. Mais de 40 pessoas por semana me escrevem mensagens de apoio ao projeto, relatos de vida e pedidos de ajuda. Estes contatos me animam muito e me fazem pensar o quanto o projeto é necessário e que estou indo pelo caminho certo”.
Assinando um dos textos que compõe a quarta capa do livro, Ziraldo afirma não ter visto nenhum trabalho parecido no mercado editorial e que esta obra a torna uma inventora. “Seu novo livro está aí, tão inteligente nas suas invenções e tão criativo quanto as coisas têm que ser no universo que ela escolheu – ou que a escolheu – para habitar com seu talento.”
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