Quando Virginia Woolf decidiu escrever a história de um cocker spainel, além de querer descansar a mente após o árduo trabalho de As Ondas (1931), foram as correspondências amorosas entre Elisabeth Barret e Robert Browning que inspiraram ela a relatar a biografia (fictícia) de Flush, um cão que fazia parte da história dos poetas que viveram na era vitoriana: 

    Flush é apenas uma brincadeira. Eu estava tão cansada após As Ondas que deitei no jardim e li as cartas de amor dos Brownings, e a imagem do cachorro deles me fez rir tanto que não pude deixar de dar-lhe vida.”

    A história começa com a resolução do destino de Flush: para onde ele vai, quem irá comprá-lo até que algumas páginas depois ele chega à casa de Elisabeth, como um presente de uma amiga. A empatia dos dois é imediata e Virginia Woolf nos faz rir comparando os pelos de Flush com os cachos de Elisabeth Barret.

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    É importante também, e esplendoroso, a narrativa de Virginia Woolf, sempre em busca de compreender as sensações do cachorro: sua visão, seu paladar, seu olfato. E nesse sentido, podemos compreender o quanto Virginia Woolf gostava e respeitava os animais, pois Flush não é um personagem menor, ele tem a mesma força e complexidade que os heróis e heroínas da nossa grande dama da literatura moderna.

    Por fim, eu já li Flush duas vezes, e posso ler mais dez, vinte vezes, que vou continuar achando a história de uma beleza e graciosidade incomparável. Flush, depois de se tornar amigo da Sra. Barret vive uma grande aventura da Inglaterra à Itália, e seu eu tentar contar mais alguma coisa, estragará a grande surpresa que é ler Virginia Woolf em um dos seus momentos mais maduros, com sua voz ali: limpa e clara, como só ela, e alguns outros poucos, alcançaram na literatura mundial.  

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