A história dramática vivida pelos moradores de Mariana, em Minas Gerais, e observada de perto pela jornalista Cristina Serra, ganhou as páginas do livro “Tragédia em Mariana – A história do maior desastre ambiental do Brasil.”

    Na época do rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015, Cristina Serra fez diversas reportagens no local.

    O volume de informações e os recorrentes relatos de descaso impulsionaram Cristina a escrever o livro, para que as pessoas pudessem entender não apenas o episódio, mas também como funciona o licenciamento ambiental no Brasil, que a autora trata como “irresponsável”. Hoje, ela alerta para possibilidade de novas catástrofes.

    As histórias dos personagens dessa tragédia são o fio-condutor. As pessoas se interessam por histórias, é isso que o leitor quer ler. Mas o livro mistura toda essa dimensão humana impactante com a questão dos impactos ambientais, e o cenário institucional, que permitiu que a barragem fosse construída“, conta Cristina.

    Para escrever o livro-reportagem, a jornalista precisou se dedicar integralmente ao projeto, durante esses três anos. “Precisava mergulhar nesse caso, estudar a deficiência no processo de licenciamento da barragem, as normas que não foram seguidas, as falhas. Também houve problemas na construção com troca de materiais, uma série de decisões graves“, acrescenta a autora.

    “Isso merece um livro”

    Cristina afirma que teve a ideia do livro quando passou em natal de 2015 com vítimas da tragédia. “Estar tão próxima, vendo o drama daquelas pessoas, arrancadas de forma abrupta do seu local de nascença, e tentando, com todas as forças, superar aquela dor e aquelas perdas, aquilo me deu o estalo. Era uma história tão incrível e precisava ser contada. Ao mesmo tempo, a investigação já havia começado e os primeiros elementos mostravam que havia, no mínimo, negligência na operação da barragem. Então, eu juntei essas duas coisas e pensei: ‘Isso merece um livro“, lembra.

    A falta de perspectiva para um desfecho da tragédia ainda intriga a jornalista. “O processo criminal se arrasta. Inicialmente, eram 22 réus, hoje são 21. São 400 testemunhas, foram 19 mortes, e ainda não existe uma expectativa para que isso seja resolvido, uma tragédia que envolve drama humano, impactos ambientais, erros dos diretores da empresa, falta de fiscalização e cenário político“, explica.

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    Fonte: G1

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