Projeto “Livros para Salvar do Fogo” foi inspirado no romance “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury, escritor que completaria cem anos em 2020

    No dia 14 de outubro, quarta-feira, às 18h, o Instituto de Cultura promove o bate-papo de lançamento do projeto Livros para Salvar do Fogo, com participação dos escritores Antonio Xerxenesky e Ana Rüsche. Com mediação do curador do projeto e escritor Reginaldo Pujol Filho, a conversa é transmitida através do perfil PUCRS Cultura no Facebook e do Canal da PUCRS no YouTube – onde fica disponível para acesso posterior. 

    O projeto Livros para Salvar do Fogo estreia no dia 15 de outubro, quinta-feira, com a participação do escritor e criador de conteúdo Alê Garcia. Todas as quintas-feiras, por meio do Instagram e do Canal da PUCRS no YouTube, serão postados vídeos de personalidades de diferentes áreas (literatura, sociologia, artes visuais, entre outras) falando qual livro optariam por salvar do fogo e por quê. O projeto surgiu inspirado no romance Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (Waukegan, 1920 – Los Angeles, 2012), escritor que, em 2020, completaria cem anos de vida, sendo considerado um dos mais admiráveis e produtivos de nossos tempos e figurando entre os mais traduzidos do mundo.  

    A obra Fahrenheit 451 apresenta uma sociedade distópica onde os livros são proibidos e queimados, seus portadores são considerados criminosos e a população passa grande parte da vida em frente a telas de televisão. Nesse contexto, uma comunidade minoritária de pessoas começa a memorizar livros como forma de preservá-los, em uma ação de resistência que tem início sem planejamento: cada um tinha um livro que desejava se lembrar e se lembrou. É isso que o projeto Livros para Salvar do Fogo quer descobrir, qual livro personalidades contemporâneas desejariam guardar em um mundo ameaçado pelo fogo – de todos os tipos e tamanhos.  

    Ray Bradbury, uma história de amor aos livros 

    Desde sua infância, Ray Bradbury desenvolveu a paixão pelos livros, lendo autores como H.G. Wells, Júlio Verne e Edgar Allan Poe. Foi com a idade de doze anos que começou a escrever, espelhando-se nas histórias de que gostava. No ano de 1938, encerrou os estudos formais na Los Angeles High School, mas continuou a estudar como autodidata – afirmava que, aos vinte e oito anos, “graduou-se da biblioteca”, fazendo referência aos dez anos que passou frequentando de três a quatro vezes por semana uma biblioteca local. Ao longo de sua vida, lançou mais de quatrocentos contos e aproximadamente cinquenta livros, transitando entre narrativas ficcionais, poesias, ensaios, peças de teatro, roteiros para filmes e programas de televisão. Recebeu diversas premiações, como a National Book Foundation Medal for Distinguished Contribution to American Letters (2000) e o Pulitzer Prize Special Citation (2007).  

    Ray Bradbury
    O escritor Ray Bradbury, falecido em 2012. Foto: Steve Castillo / AP Photo.

    A primeira versão do conto The Fire Man, que mais tarde se tornou Fahrenheit 451, foi escrita na sala de datilografia do porão da biblioteca da Universidade da California, em Los Angeles, onde Bradbury alugava uma máquina de escrever a dez centavos por cada meia hora. Nos intervalos de sua escrita, caminhava pelas estantes, tocando os livros, tirando-os das prateleiras, virando suas páginas, perdido de amor – contexto propício para escrever essa história que é também uma reafirmação da potência dos livros e da leitura.  

    Artistas participantes do bate-papo 

    Ana Rüsche nasceu em 1979, em São Paulo. Escritora e pesquisadora, é autora de A telepatia são os outros (Monomito, 2019) e Manual de Sobrevivência na Escrita (com George Amaral, Monomito, 2020), entre outras obras de prosa e poesia. É doutora em Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade de São Paulo (2015), com tese sobre ficção científica e utopia. 

    Antônio Xerxenesky nasceu em 1984, em Porto Alegre, e radicou-se em São Paulo. Escritor e tradutor, é autor, dentre outros, de As perguntas (2017) e F (2014, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e primeira seleção do Prix Médicis Étranger). Sua obra foi traduzida para outras quatro línguas. É doutor em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP). 

    Sobre o mediador 

    Reginaldo Pujol Filho é autor dos livros Não, não é bem isso (2019), Só faltou o título (2015), Quero ser Reginaldo Pujol Filho (2010) e Azar do personagem (2007). É doutor e mestre em Escrita Criativa pela PUCRS e tem pós-graduação em Artes da Escrita pela Universidade Nova de Lisboa. Escreve ensaios, críticas e resenhas para veículos como Folha de SP, O Globo, Zero Hora, Suplemento Pernambuco, entre outros. Ministra cursos e workshops de literatura e escrita criativa. 

    Serviço

    O quê? Livros para salvar do fogo – Antonio Xerxenesky e Ana Rüsche   

    Quando? 14 de outubro 

    Que horas? às 18h 

    Onde? Canal da PUCRS no YouTube e Facebook PUCRS Cultura. 


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