Jean de La Fontaine (1621 – 1695) foi um escritor francês que colaborou para as fábulas se tornarem tão populares. Algumas originais e outras traduzidas e adaptadas de Esopo, nas fábulas de Lá Fontaine o leitor também pode encontrar sabedorias universais a partir da relação entre animais que pensam e falam como humanos. Confira abaixo as mais bonitas fábulas de La Fontaine que você precisa ler!

    1. O leão e o rato

    Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir.

    — Perdoa-me! — gritou o ratinho.

    — Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?

    O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.

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    2. A cigarra e a formiga

    Num dia soalheiro de verão a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro.

    — Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? — perguntou-lhe a Cigarra.

    — Preciso de arrecadar comida para o inverno — respondeu-lhe a Formiga.

    — Aconselho-te a fazeres o mesmo.

    — Por que me hei de preocupar com o inverno? Comida não nos falta . — respondeu a Cigarra, olhando em redor.

    A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal .

    3. A formiga e a pomba

    Estava uma Formiga junto a um regato quando foi apanhada pela corrente. Uma Pomba que estava pousada numa árvore sobre a água viu que ela estava quase a afogar-se e teve pena dela. Para que se pudesse salvar, atirou-lhe uma folha. A Formiga subiu para cima da folha e flutuou em segurança para a margem do regato. Pouco depois, apareceu um caçador e apontou para a Pomba. A Formiga, percebendo o que estava para acontecer, picou-o no pé. O caçador sentiu a dor da picada e moveu-se ruidosamente. Alertada, a Pomba voou para longe e salvou-se.

    4. O burro com a pele de leão

    Certo dia, um Burro encontrou uma pele de Leão que os caçadores tinham deixado a secar ao Sol.

    — Vou cobrir-me com ela e assustar toda a gente — pensou ele.

    Assim fez, e assustou todas as pessoas e todos os animais que encontrou. Muito orgulhoso do seu feito, zurrou muito alto, cheio de alegria. Foi o seu erro, porque nesse momento todos perceberam pela sua voz que ele, afinal, era apenas um Burro. O dono, que tinha apanhado um grande susto, resolveu castigá-lo e deu-lhe umas valentes pauladas.

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    5. A tartaruga e os patos

    Era uma vez uma Tartaruga que queria conhecer o mundo. Confiou este seu desejo a dois Patos que viviam perto dela, numa lagoa. Um belo dia, a lagoa secou e os Patos prepararam-se para partir. Antes, porém, foram despedir-se da sua amiga e fizeram-lhe um convite:

    — Se quiseres, podes vir conhecer o mundo conosco. Cada um de nós segura a ponta de um ramo e tu agarras-te bem a ele com a boca.

    Assim, ficarás em segurança e poderás ver, lá do alto, cidades e reinos maravilhosos. A Tartaruga nem pensou duas vezes: aceitou o convite e, nesse mesmo dia, partiram todos à aventura. Sobrevoaram aldeias, cidades e reinos de encantar. Quando passavam por cima de um campo, os camponeses admiraram-se com o que viram e gritaram:

    — Vejam! Vejam! Uma Tartaruga a voar!

    — Como sou extraordinária! — gritou a Tartaruga cheia de orgulho.

    Porém, assim abriu a boca, largou o ramo e estatelou-se no chão.

    6. O galo e a raposa

    Um Galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto, aproximou-se uma raposa que lhe disse em tom meloso:

    — Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua inimiga. Desce do ramo para que possamos celebrar a nossa amizade com um beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer.

    — Irmã Raposa — replicou o Galo — esperemos pelos dois Galgos que se aproximam. De certo que também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim, poderemos beijar-nos uns aos outros.

    — Adeus! — respondeu a Raposa. — Estou cheia de pressa. Celebraremos a nossa amizade noutro dia.

    Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o Galo e cheia de medo dos cães.

    7. O leão velho

    Um Leão, já muito velho e sem forças, repousava no seu covil. Os outros animais, aproveitando-se da sua fraqueza, resolveram vingar-se dos maus tratos que ele lhes infligira quando era jovem e forte: o cavalo deu-lhe um coice, o lobo deu-lhe dentadas e o boi deu-lhe uma cornada. O infeliz aguentou, sem um queixume. Foi então que viu um burro a correr na sua direção, pronto para o agredir também.

    — É demais! — exclamou ele. — Aceito morrer, mas ser insultado por ti é morrer duas vezes!

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