A Idade dos Milagres (Editora Paralela/Cia das Letras) me ganhou pelo título e pela capa que, somente quando o livro estava sobre a minha cama e apaguei a luz, vi que ele brilhava no escuro.

    O livro é divertido, mas isso também pode causar insegurança de ter em mãos um livro para adolescente. Faz tempo que não sou uma, até acho legal alguns livros desse público, porém, não era o que eu imaginava. Entretanto, não havia nada a fazer, a não ser ler e descobrir o que o livro de estreia da americana Karen Thompson Walker tinha a dizer. Foi uma grata surpresa.

    O enredo em “A idade dos milagres”

    Julia é uma menina de 12 anos descobrindo a idade “adulta”, saindo do seu mundo cor-de-rosa sem pedir, conhecendo, por não haver outra escolha, as perdas e verdades que o mundo dos mais velhos oferece.

    Por meio de uma narração em primeira pessoa, fica claro que, apesar de tudo, Julia sobreviveu ao caos da vida, pois, além de estar se tornando uma adolescente, o planeta Terra está entrando em colapso, a partir da desaceleração, que faz os dias ficarem mais longos.

    Outro ponto que chama a atenção é a serenidade transmitida na narração, como se fosse um delicado sinal: “hey, estou te contando sobre o fim do mundo, mas calma, tudo está bem apesar de.”

    O pai é médico e mentiroso, a mãe uma atriz frustrada e o primeiro amor um garoto tímido, como ela, que anda de skate. E todos na tentativa de se adaptar ao mundo novo que pode acabar em pouco tempo.

    Paralelo com os nossos dias

    A idade dos milagres

    Frio demais, calor demais, neve onde não há, eclipses não previsíveis, tudo acontece junto da única permanência constante na vida humana: é necessário se adaptar, seja na escola, no trabalho, na vizinhança, na vida nova. Assim, no ano de 2012, quando tanto se fala em fim do mundo, A Idade dos Milagres mostra que não há muito que fazer, a não se acreditar que se o mundo acabar amanhã, que o dia de hoje seja bom.

    A Idade dos Milagres apresenta dias mais longos, como se fosse um recado para aproveitarmos mais a vida, dia-a-dia, para mostrar que é possível prolongarmos também a nossa consciência sobre o que é importante e não, afinal, os laços são desfeitos, pessoas vão embora, amores são imperfeitos, o que nos resta é viver.

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    Conheça “Minha metade silenciosa”, um livro com um personagem central também adolescente

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