Ademir Furtado apresenta uma obra sobre lembranças e coragem.

    Curioso, achamos que a vida é linear e que caminhamos sempre à frente, que o passado talvez justifique algumas de nossas atitudes, mas não transforma. É um engano, muitas vezes é o passado – desconhecido, confuso e até mesmo sem importância, que faz o presente ser o que é, que dá o sentido.

    A mudança vem através da consciência do que ele representa. Parar para pensar no que passou, mesmo quando tudo pareça claro, é um exercício de coragem e é isso que o romance “Se eu olhar pra trás” (Ademir Furtado), publicado em 2011 pela editora Dublinense, representa.

    O cenário começa com o Brasil do governo Lula e uma típica família brasileira: o marido que está próximo a atingir a aposentadoria, a esposa que cuida dos afazeres domésticos e uma filha casada que os presenteou com uma neta.

    A linha que segura a história é quando um desconhecido pede a Edimar (o próximo aposentado brasileiro) para tentar conversar com uma senhora que, possivelmente, sabe do paradeiros de documentos importantes que relatam  o período da ditadura no Brasil. Assim, o que parece sem importância a Edimar, ganha um grande valor em sua vida, a medida que ele descobre a verdade sobre a pessoa que escreveu os documentos.

    Por fim, capítulos no presente são intercalados com capítulos do passado de Edimar. O narrador, onisciente, constrói a vida da família do personagem, provando que é o passado que justifica o presente, não por Edimar ser o que é, mas por mover a mudança de comportamento a partir da perda de sua ingenuidade que cobriu, sem querer, a história de sua vida.

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