Os limeriques (ou limericks) são uma forma de poesia humorística curta e rítmica que se destaca por seu esquema de rima distinto e estilo irreverente. Eles têm suas raízes na literatura popular e folclórica e são geralmente associados à língua inglesa. Um limerique é composto por cinco versos, com um padrão de rima AABBA e uma métrica específica. Os primeiros, segundo e quinto versos têm três métricas acentuadas (também conhecidas como pés trocaicos) e os terceiro e quarto versos têm duas métricas acentuadas. O humor é uma característica essencial dos limerique, frequentemente apresentando um toque de nonsense ou ironia.

    A origem dos limeriques

    A origem exata dos limeriques não é completamente clara, mas eles ganharam popularidade no século XIX na língua inglesa. Seu nome é frequentemente associado à cidade de Limerick, na Irlanda, embora não haja evidências sólidas de que tenham surgido lá. No entanto, o nome pode ter sido adotado devido à sua semelhança sonora com o nome da cidade.

    Alguns dos principais autores associados aos limeriques incluem Edward Lear, um escritor inglês do século XIX, que é muitas vezes considerado um dos pioneiros do gênero. Lear escreveu um livro chamado “A Book of Nonsense” (Um Livro de Bobagens), que continha muitos limeriques populares. Outros autores notáveis de limeriques incluem Lewis Carroll, autor de “Alice no País das Maravilhas”, e Ogden Nash.

    Limeriques no Brasil

    No Brasil, assim como em muitos outros países, os limeriques também ganharam popularidade e foram cultivados por diversos autores. Um dos mais proeminentes escritores de limeriques brasileiros foi Millôr Fernandes, que criou limeriques tanto espirituosos quanto satíricos, frequentemente comentando sobre a sociedade e a política brasileira. Outro autor brasileiro conhecido por seus limeriques foi o comediante Chico Anysio. Seus limeriques eram frequentemente humorísticos e inteligentes, refletindo sua habilidade em satirizar situações cotidianas e personalidades públicas. No universo infanto-juvenil, o destaque fica para a escritora Tatiana Belinky, que possui vários livros do gênero.

    Aqui estão alguns exemplos:

    1. Millôr Fernandes

    Um sujeito de nome Jorge Ben (A)
    Inventou um samba tão zen (A)
    Com batuque maneiro (B)
    Virou sucesso certeiro (B)
    E até hoje ele faz sucesso também (A)

    2. Chico Anysio

    Havia um político embusteiro (A)
    Que prometeu ser um grande brasileiro (A)
    Mas suas palavras vazias (B)
    Só trouxeram desgraças e avarias (B)
    Agora ele é só um triste trapaceiro (A)

    3. Tatiana Belinky

    Ao ver uma velha coroca (A)
    fritando um filé de minhoca (A)
    o Zé Minhocão (B)
    falou pro irmão: (B)
    “Não achas melhor ir pra toca?” (A)

    Conheça abaixo 5 livros com limeriques!

    1. Limeriques das coisas boas (Tatiana Belinky)

    limerique

    Um tipo de estrutura poética de origem inglesa em que a estrofe se organiza em versos de 8-8-5-5-8 sílabas. Essa organização tem como resultado um ritmo leve, ágil, ‘saltitante’. Perita na criação de limeriques, Tatiana Belinky dessa vez utilizou a fórmula para falar das coisas boas da vida: amigos, amor, natureza, frutas e comidas gostosas, brinquedos… enfim, todas as coisas que fazem da vida uma festa. + AMAZON

    2. Limeriques trava-línguas (Viviane Veiga Távora)

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    A autora deste livro resolveu juntar duas brincadeiras em uma só! Limeriques são poemas curtinhos que falam de coisas sem pé nem cabeça. Trava-línguas são aquelas frases em que as palavras com sons parecidos ficam juntas e, quando tentamos falar bem rápido, a língua trava e a gente morre de rir. Divirta-se à beça com a leitura desses poeminhas que trazem belíssimas ilustrações e situações inusitadas. Só não pode enrolar a língua! + AMAZON

    3. Limeriques – formas fixas (Jaiem de Andruart)

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    Em tempos nos quais a Poesia tem sido tão vilipendiada em nome da liberdade – seja temática ou estrutural –, falar de formas fixas soa anacrônico para a maioria dos leitores. Elas seriam a antítese da emoção e da humanidade que a poesia livre oferece. […] A forma fixa, em verdade, instiga a criatividade do poeta e, com a prática, torna-se uma grande aliada da criação poética.” Robertson Frizero. Gratuíto no Kindle Unlimited

    4. Buquês de Limeriques (Ivan Justen Santana)

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    Uma das poesias presentes no livro:

    “Tinha um polaco lá no Pilarzinho:
    Chutava poste, fazia verso, bebia vinho;
    Com sua poesia
    Até pedra sorria
    No início no meio e no fim do caminho.”

    5. There Once Was a Limerick Anthology: Lewis Carroll, Robert Frost, Edward Lear, Mark Twain, Carolyn Wells, Woodrow Wilson and Others 

    Coletânea em inglês de limeriques escritos por escritores clássicos da língua inglesa.

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