O Diário de Helga: O relato de uma menina sobre a vida em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial

    Helga Weiss morava com sua família em Praga (República Checa) quando as tropas alemãs invadiram a cidade e levaram os moradores aos diversos campos de concentração. Helga e sua família foram parar em Terezín e lá viveram os horrores da Segunda Guerra Mundial. A menina era muito nova e antes mesmo de se mudar para Terezín (aos 13 anos) já sentia que algo muito ruim estava por chegar em sua casa, pois a quantidade de alunos na escola diminuía diariamente e ela sabia que em breve a sua família perderia o próprio lar e o próprio direito de ser livre, de caminhar pelas ruas de Praga, de visitar os amigos, ir à escola, brincar, etc. E todas essas primeiras impressões foram registradas em seu diário e também tudo o que ela passou no inferno que Hitler criou.

    Todas as páginas do livro O Diário de Helga são tristes, porém a autora mostra o quanto ela e todos os prisioneiros conseguiram manter a dignidade, a serenidade e a esperança ao ponto de criarem um mundo possível de se viver – com festa de aniversário, recitais de poesia, teatros, aulas de diversas matérias – e claro, tudo escondido dos temidos alemães. O que se sente é que até em condições sub-humanas é possível aguentar. Em certo momento, Helga está doente, com encefalite (assim como muitos que estão junto dela), e mesmo assim ela relata com clareza a sua doença:

    No Vrchlabí, confirmaram o diagnóstico. Estou no número 17. É incrivelmente desorganizado e frio. Separei meu edredom e meus colchões para desinfecção. Amanhã passarei para o pavilhão Sokol. Estou ansiosa por um banho. As meninas escreveram que todo mundo precisa tomar banho primeiro. Será maravilhoso: um banho pela primeira vez em três anos.

    p. 112

    A tortura psicológica nos campos de concentração

    E todo o sofrimento não se limita às diversas doenças, piolhos por todos os lados, a falta de banho e de comida. Em cada dia que os judeus viveram nos campos de concentração sofreram uma tortura psicológica tão absurda que me fez, a cada página, querer acreditar que tudo aquilo que Hitler propôs poderia ter sido ficção, mas não é. O relato de Helga é verdadeiro, sincero, honesto e talvez um dos motivos que fez a garota permanecer viva até o fim da guerra.

    Helga foi uma das 100, entre mais de 15.000 mil crianças, que sobreviveram ao Holocausto, ela se tornou uma artista plástica e seus primeiros desenhos estão em seu diário, que além do texto rico em detalhes, contém imagens do que os olhos da menina Helga presenciou. Hoje ela vive no mesmo apartamento que dividiu com seus pais antes de ir para Terezín e tem 83 anos. Na reportagem publicada pela Folha de São Paulo, ela esclarece que:

    “Não aprendemos nada com o que aconteceu no Holocausto. Continuo vendo muita intolerância e opressão e espero que as pessoas que leiam o livro reflitam. Tanto pela tragédia mas também pelo lado da esperança.”

    O seu diário ficou guardado até 2010, quando um agente literário a convenceu a publicar o seu relato de sofrimento, dor, perda, tragédia e, acima de tudo, de esperança, como ela mesmo pede a todos nós.

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