Em Alta Fidelidade, livro de estreia do escritor britânico Nick Hornby, além da história, vamos mergulhar em um universo musical!

    Já dizia Kurt Cobain, “it’s better to burn out than to fade away”, ou algo parecido. E se não me falha a memória essa frase é mesmo do Neil Young, ou algum outro representante do rock.

    Em Alta Fidelidade, livro de estreia do escritor britânico Nick Hornby (Cia das Letras, tradução de Christian Schwartz), o personagem Rob Fleming tem uma loja de discos, é maluco por música e…e…só. Ele vive numa redoma de achar que o mundo e as pessoas ficam limitados à música e que tudo poder ser definido, reconhecido, sintetizado, explicado por conta da música X, da banda Y, no ano Z.

    A vida dele passa e, de repente, lá está Rob Fleming aos 30 e poucos anos falido, triste, preconceituoso, saudosista e sem a namorada, tudo porque ele é um babaca que só olha para o próprio umbigo.

    (Só falei mal, mas o livro é muito bom)

    Top 5 do livro:

    1. O estilo da escrita de Nick Hornby
    2. Rob Fleming (adoro personagens detestáveis)
    3. A amizade quase silenciosa de Nick e Barry com o Rob
    4. Laura (a namorada dele)
    5. É literatura inglesa

    Rob adora fazer listas, como essa que fiz acima e a sua história, contada por ele mesmo, começa com o top five dos seus 5 términos de namoro mais memoráveis de todos os tempos. E Laura, a namorada que o abandonou não está nesta lista, e então Rob quer provar que ela não é uma namorada importante. Porém, cada capítulo vai mostrando que é por Laura todos os sentimentos de Rob. Ele, confuso e sem reação, sem chão, fica realmente perdido com o fim de sua relação mais duradoura.

    Um livro com personagens verdadeiros

    A personagem Laura funciona como um gancho para trazer Rob de volta a uma vida feliz, pois ele é do tipo que adora estragar a própria vida com a desculpa que o lugar onde ele está é bom, mas fica muito claro que na verdade não é.

    Rob detesta tudo o que ele não conhece, tudo o que está distante do que ele não é. É uma amargura constante camuflada por uma ilusão tola de sabedoria completa (quem é que já sabe de tudo? ninguém). E os capítulos passam e a raiva que senti por Rob aumenta… pense numa pessoa que faz TUDO errado? Pois é. Mas chega num ponto, que não sei definir qual é, que ele passa a ser engraçado, divertido e até que gente boa. E aí está uma grande sacada dos tipos de livros que gosto: mostrar personagens verdadeiros, mostrar que o herói é aquele cara que passou quase despercebido na época do colégio, não era o melhor aluno, nem o mais bonito, nem o mais bundão. Era só uma pessoa tentando entender como é que se fica adulto, como é que se vive, como é o amor.

    Por fim, Rob me conquistou; Laura é uma super mulher; os amigos de Rob são uns fofos e a cantora americana (não consigo lembrar o nome dela) dá uma leveza melancólica boêmia na história que se passa na época das fitas cassetes, em Londres. Alta Fidelidade é um livro sobre música, sobre amadurecimento e sobre amor de verdade.

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