Neste ano comemoramos mais do que os 70 anos de escrita de 1984 do escritor britânico George Orwell. Parece que adentramos 2019 justamente para testemunharmos a chegada daquele mundo distópico delineado pelo autor.

    Não são poucos os artigos e publicações atuais que traçam paralelos entre o que vivemos hoje e o destino de Winston Smith, herói da saga orwelliana. Geralmente, atribuímos a Orwell a genialidade de ter descrito uma sociedade de controle, na qual a tecnologia levou ao aprisionamento do homem e à sua submissão total.

    Para darmos os créditos devidos ao escritor, basta pensarmos no programa Big Brother, com suas câmeras ligadas 24 horas, observando e transmitindo “em tempo real” a vida dos ratos humanos de laboratórios; ou lermos sobre os dados digitais lançamos na nuvem para toda a eternidade, ainda ativos e indestrutíveis mesmo após o falecimento de pessoas com existências reais; ou ainda nos mecanismos de localização instantânea implantados em chips eletrônicos que carregamos colados nas mãos. Então, fique atento! Aquele garoto ou garota que você curtiu no novo app de relacionamentos pode estar respirando bem perto da sua nuca neste exato momento.

    1984 na música

    Mas não é só de dominação tecnológica que é feito um mundo distópico. Seus diferentes aspectos foram levados ao mundo da música por vários artistas que se inspiraram em Orwell para produzirem canções e álbuns dedicados ao alerta de que caminhávamos para um futuro de dominação e de pouca resistência.

    Entramos em 1984 com Incubus, Louna, Oingo Boingo, Pink Floyd e Kraftwerk. Talk show on mute narra uma sociedade deliciada com os shows de talentos e formada por pessoas que são vistas pela ao invés de verem a Grande Tela. Se aceitamos o convite, seguimos em 1984 com Louna, uma banda russa que trouxe para sua música o uso do duplo pensamento como forma de manter a dominação, e com Oingo Boingo que desafiou a vigilância do Grande Irmão com a retribuição do olhar de uma consciência despertada. Mas se não conseguimos resistir, entramos na máquina e corremos o risco de nos tornamos robôs!

    Acompanhamos a saga de Wilston no mundo do Grande Irmão com nomes de peso, como David Bowie e Eurythmics, os quais lançaram álbuns inteiros em homenagem a 1984. Era intenção de Bowie, inclusive, fazer uma adaptação da obra para um musical televisionado, mas seu projeto não foi bem sucedido por ter tido os direitos à obra negados pela esposa de Orwell. Mas, felizmente, o Diamond Dogs está aí para contar a história.

    Rare Earth, The Jam, Rufus T. Firefly, Bad Religion e Marilyn Manson, com seus 4 minutos de ódio, também cantaram (ou gritaram) sobre a vigilância do Grande Irmão e sobre uma vida vivida de acordo com regras impostas por outros. Muse lembra sobre desejos não revelados, que quando descobertos são capazes de levar ao Ministério do Amor. E terminamos a playlist com músicas que mostram uma sociedade totalitária que deixa aquele gosto amargo na boca.

    Então, ligue o som, aperte o play e aceite o convite para entrar no mundo de Orwell. Se você leu o livro, nos diga o que de 1984 você identificou nessas músicas. O quê? Não leu o livro ainda? Então corre comprar sua edição para ler junto com essa playlist!

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