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    10 poesias de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)

    livroecafeBy livroecafe010.8865 Mins Read
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    Fernando Pessoa, sem dúvidas, é um dos maiores poetas. E se não bastasse toda a sua genialidade para lidar com as palavras, ele também foi um grande criador de heterônimos. E o que isso significa? Significa que ele elaborou personagens-poetas, ou seja personas capazes de escrever poesias por suas mãos. Abaixo você encontra 10 poesias de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa conectado à simplicidade, à natureza e muitas vezes conhecido por ser ingênuo…

    1. No entardecer (Alberto Caeiro)

    Ao entardecer, debruçado pela janela,
    E sabendo de soslaio que há campos em frente,
    Leio até me arderem os olhos
    O livro de Cesário Verde.

    Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
    Que andava preso em liberdade pela cidade.
    Mas o modo como olhava para as casas,
    E o modo como reparava nas ruas,
    E a maneira como dava pelas cousas,
    É o de quem olha para árvores,
    E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
    E anda a reparar nas flores que há pelos campos …

    Por isso ele tinha aquela grande tristeza
    Que ele nunca disse bem que tinha,
    Mas andava na cidade como quem anda no campo
    E triste como esmagar flores em livros
    E pôr plantas em jarros…

    2. Da minha aldeia

    Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo…
    Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
    Porque eu sou do tamanho do que vejo
    E não, do tamanho da minha altura…

    Nas cidades a vida é mais pequena
    Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
    Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
    Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
    de todo o céu,
    Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
    nos podem dar,
    E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

    poesias de Alberto Caeiro
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    3. Sou um guardador de rebanhos

    Sou um guardador de rebanhos.
    O rebanho é os meus pensamentos
    E os meus pensamentos são todos sensações.
    Penso com os olhos e com os ouvidos
    E com as mãos e os pés
    E com o nariz e a boca.

    Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
    E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

    Por isso quando num dia de calor
    Me sinto triste de gozá-lo tanto.
    E me deito ao comprido na erva,
    E fecho os olhos quentes,

    Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
    Sei a verdade e sou feliz.

    4. Olá, guardador de rebanhos (Alberto Caeiro)

    “Olá, guardador de rebanhos,
    Aí à beira da estrada,
    Que te diz o vento que passa?”

    “Que é vento, e que passa,
    E que já passou antes,
    E que passará depois.
    E a ti o que te diz?”

    “Muita cousa mais do que isso.
    Fala-me de muitas outras cousas.
    De memórias e de saudades
    E de cousas que nunca foram.”

    “Nunca ouviste passar o vento.
    O vento só fala do vento.
    O que lhe ouviste foi mentira,
    E a mentira está em ti.”

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    5. Aquela Senhora tem um Piano

    Aquela senhora tem um piano
    Que é agradável mas não é o correr dos rios
    Nem o murmúrio que as árvores fazem …
    Para que é preciso ter um piano?
    o melhor é ter ouvidos
    E amar a Natureza

    6. Leve (Alberto Caeiro)

    Leve, leve, muito leve,
    Um vento muito leve passa,
    E vai-se, sempre muito leve.
    E eu não sei o que penso
    Nem procuro sabê-lo.

    7. Não me Importo com as Rimas

    Não me importo com as rimas. Raras vezes
    Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
    Penso e escrevo como as flores têm cor
    Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
    Porque me falta a simplicidade divina
    De ser todo só o meu exterior

    Olho e comovo-me,
    Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
    E a minha poesia é natural corno o levantar-se vento…

    8. As Bolas de Sabão

    As bolas de sabão que esta criança
    Se entretém a largar de uma palhinha
    São translucidamente uma filosofia toda.
    Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
    Amigas dos olhos como as cousas,
    São aquilo que são
    Com uma precisão redondinha e aérea,
    E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
    Pretende que elas são mais do que parecem ser.

    Algumas mal se vêem no ar lúcido.
    São como a brisa que passa e mal toca nas flores
    E que só sabemos que passa
    Porque qualquer cousa se aligeira em nós
    E aceita tudo mais nitidamente.

    9. Nem sempre sou igual

    Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
    Mudo, mas não mudo muito.
    A cor das flores não é a mesma ao sol
    De que quando uma nuvem passa
    Ou quando entra a noite
    E as flores são cor da sombra.

    Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
    Por isso quando pareço não concordar comigo,

    Reparem bem para mim:
    Se estava virado para a direita,
    Voltei-me agora para a esquerda,
    Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
    O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
    E aos meus olhos e ouvidos atentos
    E à minha clara simplicidade de alma …

    10. Falas de Civilização (Alberto Caeiro)

    Falas de civilização, e de não dever ser,
    Ou de não dever ser assim.
    Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
    Com as cousas humanas postas desta maneira.
    Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
    Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
    Escuto sem te ouvir.
    Para que te quereria eu ouvir?
    Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
    Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
    Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
    Ai de ti e de todos que levam a vida
    A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

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    Alberto Caeiro Fernando Pessoa Literatura Portuguesa natureza Poesias
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