Alfred Hitchcock foi um renomado diretor e produtor de cinema britânico, nascido em 13 de agosto de 1899, em Londres, e falecido em 29 de abril de 1980, em Los Angeles. Conhecido como o “Mestre do Suspense”, Hitchcock deixou um legado duradouro no cinema, sendo considerado um dos cineastas mais influentes de todos os tempos.

    Ao longo de sua carreira, Alfred Hitchcock dirigiu mais de 50 filmes, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Ele começou sua jornada na indústria cinematográfica na era do cinema mudo, trabalhando como designer de títulos e diretor assistente. Seu primeiro filme como diretor foi “The Pleasure Garden” (1925). No entanto, foi na década de 1930 que Hitchcock alcançou reconhecimento internacional com filmes como “The 39 Steps” (1935) e “The Lady Vanishes” (1938).

    Após se estabelecer como um talentoso diretor de suspense e mistério, Hitchcock mudou-se para Hollywood em 1939. Lá, ele fez uma série de filmes que se tornaram verdadeiros clássicos do cinema. Entre suas obras mais famosas estão “Rebecca” (1940), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Filme, “Notorious” (1946), “Rear Window” (1954), “Vertigo” (1958), “Psycho” (1960) e “The Birds” (1963). Hitchcock era conhecido por sua habilidade em criar tensão e suspense, explorando os medos e as fraquezas humanas. Ele também se destacou por suas inovadoras técnicas de direção e edição, além de sua presença marcante em suas aparições em seus próprios filmes.

    Livros que viraram filmes nas mãos de Hitchcock

    Uma das características da obra de Hitchcock é sua predileção por adaptar livros para o cinema. Muitos de seus filmes foram baseados em romances, contos ou peças teatrais pré-existentes. Ele escolhia cuidadosamente o material fonte, procurando histórias que tivessem elementos emocionantes, intrigantes e psicológicos. Ao adaptar essas obras literárias, Hitchcock tinha uma estrutura narrativa sólida e personagens bem desenvolvidos à sua disposição, o que lhe permitia concentrar-se em aprimorar a atmosfera, o suspense e a tensão.

    Ao usar livros como base para seus filmes, Hitchcock podia aproveitar a força das histórias já consagradas e criar uma experiência cinematográfica impactante. Ele possuía a habilidade de traduzir a narrativa literária para a linguagem visual do cinema, adicionando elementos únicos e manipulando a perspectiva do espectador. Sua capacidade de adaptar com maestria o conteúdo literário contribuiu para o sucesso de seus filmes, uma vez que ele era capaz de contar histórias complexas e envolventes que mantinham o público à beira do assento.

    Além disso, Hitchcock tinha uma visão cinematográfica singular, que ia além das páginas dos livros. Ele usava a linguagem visual e os recursos técnicos do cinema para intensificar o impacto emocional de suas histórias. Suas escolhas cuidadosas de enquadramentos, ângulos de câmera, iluminação e trilha sonora eram fundamentais para criar atmosferas perturbadoras e cenas de suspense inesquecíveis.

    Confira abaixo uma lista com 15 livros que Alfred Hitchcock adaptou para o cinema

    1. “Rebecca” (1940) – Baseado no romance “Rebecca, a Mulher Inesquecível” de Daphne du Maurier.

    Alfred Hitchcock

    A heroína de Rebecca – A mulher inesquecível é uma jovem insegura de si. Ao pedi-la em casamento, Max de Winter, um belo e misterioso viúvo rico, altera para sempre o seu destino. O que seria o final feliz é apenas o início de uma trama de enganos assombrada pela memória de Rebecca, a falecida esposa de Max, e pela senhora Danvers, a soturna governanta devotada à antiga patroa.O delicioso romance de Dauphne du Maurier tornou-se um clássico do cinema, ao ser adaptado por Alfred Hitchcock numa produção vencedora do Oscar de Melhor Filme, estrelada por Joan Fontaine e Laurence Olivier. + AMAZON

    Curiosidade: dizem que a obra de Maurier é um plágio do livro “A Sucessora”, da escritora brasileira Carolina Nabuco

    2. “Janela Indiscreta” (1954) – inspirado em um dos contos do livro de Cornell Woolrich.

    Alfred Hitchcock

    Em “Janela indiscreta”, um homem com a perna quebrada passa o tempo observando os prédios em volta do seu e desconfia, sem prova concreta, de que o vizinho da frente é um assassino. Num movimento contrário ao da maioria das narrativas policiais, aqui não há crimes manifestos a serem desvendados nem detetives que correm atrás de pistas reveladoras: a trama, em vez de caminhar para uma solução, parece se complicar a cada cena. O crime é potencial, e o leitor tem a impressão de que algo terrível está prestes a acontecer. Com descrições extremamente visuais e uma voz narrativa carregada de humor negro refinado, Woolrich desenha com maestria o destino de seus protagonistas – vítimas, assassinos, testemunhas -, que parecem arrastar-se a cada minuto para dentro de uma espiral eletrizante. + AMAZON

    3. “Um Corpo que Cai” (1958) – Baseado no romance “Vertigo: um corpo que cai”, de Boileau Narcejac 

    Encarregado por um antigo colega de seguir sua jovem e bela mulher, o detetive Flavières logo se vê perdidamente apaixonado pela moça. Essa impropriedade não o impede de investigar os temores de seu amigo Gévigne a respeito da esposa: suas ausências, seus mistérios, uma melancolia que a leva a olhar para as águas do Sena por horas a fio… Nenhum amante, nenhuma simulação, nenhuma doença. Apenas uma estranha relação com a bisavó, morta em circunstâncias terríveis e a quem a jovem Madeleine não chegou a conhecer… Um clássico de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, especialistas na arte de conduzir a trama – e o leitor – até onde menos se espera.Este instigante e sinistro roman noir foi adaptado por Alec Coppel e Samuel A. Taylor e filmado por Alfred Hitchcock em 1958. Um corpo que cai é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. + AMAZON

    4. “Psicose” (1960) – Baseado no romance “Psicose” de Robert Bloch.

    Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. Em Psicose, sem edição no Brasil há 50 anos, Bloch antecipou e prenunciou a explosão do fenômeno serial killer do final dos anos 1980 e começo dos 1990. O livro, assim com o filme de Hitchcock, tornou-se um ícone do horror, inspirando um número sem fim de imitações inferiores, assim como a criação de Bloch, o esquizofrênico violento e travestido Bates, tornou-se um arquétipo do horror incorporado a cultura pop. + AMAZON

    5. “Os Pássaros” (1963) – Inspirado no conto de Daphne du Maurier.

    Alfred Hitchcock

    “Os Pássaros” foi publicado em 1952. O livro apresenta uma série de histórias perturbadoras que exploram os aspectos sombrios e imprevisíveis da natureza. Cada conto aborda o tema dos pássaros de maneiras diferentes, envolvendo situações em que essas criaturas aladas se tornam ameaçadoras e caóticas, desafiando a ordem estabelecida. Du Maurier utiliza sua habilidade narrativa para criar atmosferas de suspense e tensão, explorando a relação complexa entre a humanidade e o mundo natural. Os contos presentes em “Os Pássaros” mergulham o leitor em uma atmosfera inquietante, abordando temas como o medo, a sobrevivência e a vulnerabilidade humana diante das forças imprevisíveis da natureza. + AMAZON

    6. “Strangers on a Train” (1951) – adaptado do romance de Patricia Highsmith. No Brasil, com o título de Pacto sinistro

    A escritora mergulha no drama psicológico dos personagens e elabora uma trama que no sleva a momentos de clímax e sufocação insuportáveis. Dois desconhecidos se encontram numa viagem de trem e, no decorrer de uma longa conversa, eles planejam dois assassinatos. Ninguém jamais conseguirá desvendar os crimes, porque ninguém sabe que, por um feliz acaso, eles se encontraram e se conheceram. Tanto mais que combinaram nunca mais se verem. O plano parece perfeito, só que, dominado por uma força maligna, um parceiro trai o outro. + AMAZON

    7. “Marnie” (1964) – adaptado do romance de mesmo nome de Winston Graham

    “Marnie” é um romance escrito por Winston Graham e publicado em 1961. A história acompanha a vida de Marnie Elmer, uma mulher com um passado conturbado marcado por roubos e mudanças de identidade. No livro, Marnie é retratada como uma personagem complexa e enigmática, lutando contra seus demônios internos enquanto é perseguida por seu passado sombrio. A obra explorou temas como trauma, identidade e redenção. Em 1964, o renomado diretor Alfred Hitchcock adaptou o romance de Graham para o cinema. O filme, estrelado por Tippi Hedren e Sean Connery, mantém a essência da protagonista problemática e mergulha no suspense psicológico, destacando a abordagem característica de Hitchcock ao explorar as obsessões e os segredos da protagonista. Tem na Amazon (em inglês)

    8. “To Catch a Thief” (Ladrão de casaca – 1955) – Baseado no romance de mesmo nome de David Dodge.

    “To Catch a Thief” é um romance escrito por David Dodge e publicado em 1952. A história se passa na Riviera Francesa e acompanha as aventuras de John Robie, um ex-ladrão de jóias conhecido como “Gato”. Quando uma série de roubos ocorre na região, utilizando seu modus operandi característico, Robie se torna o principal suspeito. Determinado a provar sua inocência e desmascarar o verdadeiro ladrão, ele embarca em uma emocionante busca pela verdade. O livro apresenta uma mistura de intriga, romance e suspense, com descrições vívidas da Riviera Francesa e um enredo cheio de reviravoltas. + AMAZON – livro em inglês

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