Paulina Chiziane é uma escritora moçambicana renomada, nascida em 1955 na cidade de Manjacaze, província de Gaza, em Moçambique. Ela é reconhecida como a primeira mulher moçambicana a publicar um romance e é uma das vozes mais proeminentes da literatura africana contemporânea.

    A importância de Paulina Chiziane para a literatura reside no seu compromisso em dar voz às mulheres moçambicanas e abordar questões de gênero, poder, desigualdade e marginalização social em suas obras. Seus livros exploram temas como o patriarcado, a violência doméstica, a exploração das mulheres, bem como a espiritualidade e o papel das tradições africanas.

    Chiziane escreve em português, a língua oficial de Moçambique, e sua escrita é conhecida por sua riqueza poética e estilo narrativo envolvente. Suas obras têm sido traduzidas para diversos idiomas e ela recebeu vários prêmios e reconhecimentos por seu trabalho literário. Através de sua escrita, Paulina Chiziane oferece uma perspectiva única sobre a sociedade moçambicana e contribui significativamente para a diversidade e o enriquecimento da literatura mundial.

    Conheça abaixo 5 livros de Paulina Chiziane

    1. Niketche: uma história de poligamia

    Marco da literatura moçambicana, Niketche é uma obra que questiona as tradições e debate, como nunca antes, as condição feminina na sociedade. Esta é a obra-prima de Paulina Chiziane, vencedora do prêmio Camões 2021.

    Trecho do livro:

    “Ninguém pode entender os homens. Como é que o Tony me despreza assim, se não tenho nada de errado em mim? […] Dei‑lhe amor, dei‑lhe filhos com que ele se afirmou nesta vida. Sacrifiquei os meus sonhos pelos sonhos dele. Dei‑lhe a minha juventude, a minha vida. Por isso afirmo e reafirmo, mulher como eu, na sua vida, não há nenhuma! Mesmo assim, sou a mulher mais infeliz do mundo.”

    Nesta crítica ao mesmo tempo divertida e mordaz, Paulina Chiziane, vencedora do prêmio Camões de 2021, explora a cultura e os valores do seu país, a hipocrisia da sociedade em geral e a sujeição das mulheres em todo o mundo.

    2. O alegre canto da perdiz

    paulina chiziane
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    “Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.”

    Paulina Chiziane

    Delfina é uma mulher negra cujo grito de liberdade está sempre sufocado. Sujeita às vontades do marido negro ou do amante branco, enfrenta as dificuldades de criar uma família multirracial e buscar o sustento em um cenário de casamentos por encomenda, de venda do corpo por quase nada. Misturando imaginação e misticismo, a prestigiada escritora moçambicana Paulina Chiziane apresenta um retrato poderoso e peculiar da sociedade e da mulher africana. + AMAZON

    3. Balada de amor ao vento

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    Balada de amor ao vento é uma obra pioneira. Não apenas por ser a estreia de Paulina Chiziane na prosa longa e o primeiro romance publicado por uma mulher em Moçambique, mas também por trazer a semente do que a autora viria a construir em Niketche. “Tudo começa no dia mais bonito do mundo”, quando Sarnau vê Mwando pela primeira vez. Ela se apaixona de corpo e alma, ele a abandona. Ela luta para sobreviver à solidão, ele retorna ― antes de partir mais uma vez. Eles se envolvem em uma história de amor que tem a relva como cenário e o vento como melodia, mas uma herança conservadora entre os dois. Em um relato poético e quase espiritual de Sarnau, acompanhamos os encontros e desencontros, as escolhas e as renúncias, o desamparo e o privilégio de uma sociedade onde certas tradições afetam diretamente a autonomia da mulher e sua sobrevivência. + AMAZON

    4. Ventos do Apocalipse

    Violência, miséria, abandono. Esse é o pano de fundo do segundo romance de Paulina Chiziane, que retrata de forma dilacerante os terrores e traumas de uma guerra civil. Uma história de dois povos em fogo cruzado ― impotentes e perdidos, sem saber quem os defende e quem os ataca ―, Ventos do Apocalipse nos leva a questionar quanto de ficção há no realismo das descrições brutais de um legado colonial. Neste livro, Paulina Chiziane narra as 21 noites de pesadelo e de tormentos do êxodo dos sobreviventes de uma guerra sangrenta, vistos agora sob a ótica de uma nova e inadiável liberdade. + AMAZON

    5. O sétimo juramento (Paulina Chiziane)

     Um mundo de feitiços e tabus, de magia negra e fantasia, de sonhos e de pesadelos, de luz e de trevas. Um mundo de contrastes e contradições, em que as forças do bem e do mal travam uma luta contínua e titânica. Um mundo de destruição e corrupção, mas também um mundo a que os valores da tradição e a sabedoria de séculos emprestam uma inegável beleza. Um mundo inquietante, assustador, misterioso, em que a atração pelo abismo é incontrolável e a realidade do dia a dia, tal como supomos conhecê-lo, é permanentemente questionada. Será que David esteve mesmo a sonhar? + AMAZON

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