“O Marinheiro” é uma peça teatral escrita pelo grande poeta português Fernando Pessoa. Embora esteja associada ao movimento modernista, a obra apresenta elementos do simbolismo. O enredo gira em torno de três donzelas que velam uma donzela falecida, vestida de branco. Toda a ação se desenrola no quarto de um antigo castelo, durante uma noite, evocando uma atmosfera medieval.

Quando a peça foi escrita, Fernando Pessoa atuava como crítico de teatro na revista “Teatro” e trazia consigo as propostas modernistas de romper com as convenções do teatro tradicional. Em 1913, ele escreveu “O Marinheiro”, uma peça que acabou sendo publicada em 1915 na revista “Orpheu”, importante veículo de expressão do modernismo português.

Sinopse: Peça teatral escrita em 1915 pelo poeta português Fernando Pessoa, O marinheiro é leitura obrigatória para o Vestibular da Unicamp. E interessa também a todos os apreciadores da boa literatura. Esta edição, com introdução, comentários e notas de Marcos Lopes e Ana Maria Ferreira Côrtes, traz ao leitor dicas importantes para a compreensão do texto. Fernando Pessoa (1888-1935) é um dos maiores poetas da língua portuguesa. Sua poesia foi publicada sob vários heterônimos, dos quais se destacam Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. Escreveu também contos, crônicas, ensaios e dramaturgia, entre outros gêneros literários. + AMAZON

As três personagens de O Marinheiro

A obra propositadamente cria uma confusão, à medida que as protagonistas femininas se perdem em devaneios, misturando a realidade com a irrealidade. O texto transmite uma sensação de misticismo e obscuridade, sugerindo um ambiente enigmático e turvo. Assim, podemos afirmar que “O Marinheiro” é uma peça experimental, que mescla elementos filosóficos e poéticos. E o título vem justamente das histórias das mulheres sobre um marinheiro que tenta vencer a solidão, assim como elas mesmas.

Alguns críticos classificaram a obra como um poema dramático, devido à sua natureza lírica e ao uso cuidadoso da linguagem por parte do autor. A peça transcende os limites tradicionais do teatro, explorando temáticas complexas. “O Marinheiro” convida o público a uma experiência teatral diferente para a época, permeada por reflexões profundas sobre a existência humana.

Um pequeno trecho

Não acabou… Não sei… Nenhum sonho acaba… Sei eu ao certo se o não continuo sonhando, se o não sonho sem o saber, se o sonhá-lo não é esta coisa vaga a que eu chamo a minha vida?.. Não me faleis mais… Principio a estar certa de qualquer coisa, que não sei o que é… Avançam para mim, por uma noite que não é esta, os passos de um horror que desconheço… Quem teria eu ido despertar com o sonho meu que vos contei?… Tenho um medo disforme de que Deus tivesse proibido o meu sonho… Ele é sem dúvida mais real do que Deus permite… Não estejais silenciosas… Dizei-me ao menos que a noite vai passando, embora eu o saiba… Vede, começa a ir ser dia.. Vede: vai haver o dia real… Paremos… Não pensemos mais… Não tentemos seguir nesta aventura interior… Quem sabe o que está no fim dela?…. Tudo isto, minhas irmãs, passou-se na noite… Não falemos mais disto, nem a nós próprios… É humano e conveniente que tomemos, cada qual, a sua atitude de tristeza.

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