Tabajara Ruas foi um renomado escritor e cineasta brasileiro, conhecido por suas contribuições significativas para a literatura e a cultura gaúcha. Nascido em 1942, em Montenegro, Rio Grande do Sul, Ruas foi uma figura importante na cena literária do estado e se destacou por sua habilidade em retratar a vida e a história do sul do Brasil em suas obras. Sua escrita era marcada pela riqueza de detalhes e pela profundidade de suas narrativas, muitas vezes abordando temas como a colonização, os conflitos de fronteira e a identidade cultural gaúcha. Seus romances, contos e crônicas conquistaram leitores não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil.
Tabajara Ruas: escritor e cineasta
Além de sua carreira como escritor, Tabajara Ruas também se aventurou no cinema, dirigindo e roteirizando filmes que refletiam suas raízes e interesses culturais. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o filme “Netto Perde Sua Alma”, baseado em seu próprio livro homônimo. O filme recebeu aclamação da crítica e se tornou um marco no cinema brasileiro, abordando de forma única e sensível a Guerra dos Farrapos, um importante episódio da história do Rio Grande do Sul.
A trajetória de Tabajara Ruas é um testemunho do seu compromisso em preservar e divulgar a cultura gaúcha através da literatura e do cinema. Sua obra continua a inspirar leitores e cinéfilos, mantendo viva a rica herança cultural do sul do Brasil e seu legado como um dos grandes nomes da literatura e do cinema nacional. Abaixo você irá conhecer 7 livros de Tabajara Ruas que vale a pena ler!
1. O amor de Pedro por João
Ao lançar, em 1981, O amor de Pedro por João – um dos mais ambiciosos e ousados romances políticos brasileiros –, Tabajara Ruas rompeu com a tradição do gênero no país, fugindo do academicismo técnico, do provincianismo das formas e da linguagem e, sobretudo, de certo gosto por ideias feitas (ideologias), essencialmente simplificadoras e expostas de maneira direta, sem a adequada mediação simbólica. Emulado pelas grandes narrativas latino-americanas do período (de Llosa, Rulfo, Carpentier e Fuentes), ultrapassou o realismo trivial ainda vigente no campo das ficções sobre o destino das sociedades e dos militantes sociais, e produziu um texto de fulgurante complexidade estrutural e não menor poder de fascinação dramática. Os sucessivos jogos temporais, as súbitas quebras de espaço, as mudanças inesperadas de foco, o cruzamento de diálogos referentes a situações diversas criam uma atmosfera de invenção e surpresa, requerendo o olhar atento do leitor, como se este tivesse diante de si um quebra-cabeça a ser montado. Contudo, à medida que a narração avança, as peças vão se encaixando e o sentido (ou a falta de sentido) dos gestos humanos e da marcha da História começa a se esclarecer, iluminando o drama dos indivíduos e o de suas comunidades. + AMAZON
2. Os Varões Assinalados
No século XIX, no Rio Grande do Sul, os caudilhos Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Souza Netto comandaram uma revolução republicana e abolicionista contra o império monárquico. A rebelião durou dez anos, de 1835 a 1845 – a mais longa guerra civil brasileira e uma das menos conhecidas. Os varões assinalados narra, com detalhes minuciosamente pesquisados, desde as negociações que fracassaram e precipitaram a sangrenta guerra até as batalhas, as marchas, os desentendimentos, as prisões, as fugas espetaculares, os amores, as paixões, as vitórias, as derrotas e as traições. Ao lado de Bento e de Netto há uma inesquecível galeria de personagens históricos, complexos e misteriosos: Bento Manuel, o traidor aliado de Satanás; Garibaldi, o revolucionário que enlouquecia as mulheres; Manuela, a que morreu de amor; Anita, a que viveu por amor; Caetana, a matriarca; Lucas, o iluminado; Teixeira, o que voava mais alto… + AMAZON
3. Gumercindo (Tabajara Ruas)
A história de Gumercindo acontece no final da Revolução Federalista de 1893, no Rio Grande do Sul, quando o general rebelde Gumercindo Saraiva é morto numa tocaia e sepultado num cemitério de beira de estrada. Os legalistas descobrem o túmulo, desenterram o cadáver e cortam sua cabeça para que seja levada pelo major Ramiro de Oliveira ao governador Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, como troféu de guerra. O livro conta de modo ficcional a saga do capitão Francisco Saraiva, filho de Gumercindo, e um piquete de cinco cavaleiros na tentativa de resgatar a cabeça do caudilho, antes que o major Ramiro chegue ao seu destino. Esta novela é a base do roteiro do longa-metragem “A Cabeça de Gumercindo Saraiva”, escrito e dirigido por Tabajara Ruas.
4. Minuano (Tabajara Ruas)
Uma obra para o público juvenil e para todos que gostam de ler, com o selo da Editora BesouroBox, de Porto Alegre. Em uma narrativa de elegante delicadeza, MINUANO conta de forma original e inesperada as aventuras de um jovem cavalo crioulo no tempo da Guerra dos Farrapos. Pelo ritmo frenético do texto e pela leveza e inocência do personagem, o livro deverá ser amado e discutido pelos leitores nos lares, nas bibliotecas e nas escolas. MINUANO tem o sentido do épico e o sentimento de humanidade. Transitando entre as paisagens monumentais do sul do Brasil, participando de momentos históricos marcantes e carregando o estandarte da negritude por justiça e reparação, MINUANO é uma narrativa de elegante delicadeza – e acompanhará o leitor para sempre. + AMAZON
5. Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez
Neste livro, o autor resgata memórias de sua infância em Uruguaiana para narrar uma emocionante história de crescimento e descoberta. ‘Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez’ foi lançado originalmente em 1990. + AMAZON
6. O Detetive Sentimental
Neste novo romance da Coleção Negra, o autor gaúcho cria toda uma galeria de personagens sentimentais, fantásticos e até mesmo delirantes, que viajam (tanto geográfica quanto psicologicamente) através das Américas, de Porto Alegre a Los Angeles. + AMAZON
7. A Região Submersa (Tabajara Ruas)
Tabajara Ruas estava exilado (1978), quando seu romance de estréia, A Região Submersa, foi publicado em Portugal e na Dinamarca, obtendo imediato sucesso de crítica. No Brasil, esta pequena obra-prima não mereceu a devida atenção, sendo lançada anos mais tarde por uma pequena editora regional, no sul do país. Com o lançamento deA Região Submersa na Coleção Negra, da Editora Record, a obra é colocada ao lado de outros grandes autores de policiais, como James Ellroy, Ross MacDonald, Ed Macbain e Elmore Leonard. Cid Espigão é o protagonista desta aventura que começa – como nos grandes clássicos noir – com a visita inesperada de uma bela mulher ao seu escritório. A partir deste fato aparentemente corriqueiro, Cid é jogado em situações espantosas, às vezes absurdas, em uma narrativa que usa recursos de linguagem das histórias em quadrinhos e do típico policial americano, juntando a isso imagens tão poéticas quanto cinematográficas. Um romance inventivo, com arquitetura vigorosa no qual cada detalhe chama a atenção do leitor. Com imaginação, ironia, ternura e alucinação, Tabajara construiu uma trama contundente e bem humorada e que fala de um tema caro aos que, assim como o autor, estiveram no exílio: a identidade. + AMAZON