Homem em Queda (Don Delillo) é um livro lançado em 2007 e conta a história de Keith que “consegue sair com vida de uma das torres gêmeas atingidas pelos aviões pilotados por terroristas no dia 11 de setembro de 2001.

    Em vez de voltar para o seu próprio apartamento, o atordoado Keith, coberto de poeira e sangue, e carregando uma pasta que não lhe pertence, bate à porta de sua ex-mulher, Lianne, com quem tem um filho pequeno. Keith tenta reconstruir sua vida, ao mesmo tempo em que sai em busca do dono da misteriosa pasta. Lianne, por sua vez, trabalha como voluntária junto a pacientes com Alzheimer e cuida também de sua mãe, Nina, uma historiadora da arte aposentada. Esse punhado de personagens evolui num mundo onde não há mais o antes, e o depois é todo feito de incertezas e angústias com pouca chance de resolução.*”

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    “Se nós ocupamos o centro é porque vocês nos botaram lá. Esse é o verdadeiro dilema de vocês. Apesar de tudo, continuamos sendo a América, vocês continuam sendo a Europa. Vocês veem nossos filmes, leem nossos livros, ouvem nossas músicas, falam a nossa língua. Como é que podem parar de pensar em nós? Vocês nos veem e nos ouvem o tempo todo. Pergunte a si mesmo. O que é que vem depois da América?” pág. 202

    “A multidão era tão grande que qualquer ponto dela podia ser considerado meio. A multidão era densa e fluía, ao cair da tarde, levando-as junto, passando por barracas de vender comida, e as amigas as desgarraram em menos de trinta segundos. O que ela começou a sentir, além de impotência, foi a consciência acentuada de ser quem era em relação aos outros, milhares deles, ordeiros porém cercando-a por completo. Os que estavam ao redor a viam, sorriam, alguns deles, e lhe dirigiam a palavra, um ou dois, e ela foi obrigada a se ver na superfície espelhada da multidão”. Pág. 193

    “Deus é a voz que diz: Eu não estou aqui.” Pág. 243

    “Toda vez que via um vídeo dos aviões ela colocava o dedo sobre o botão de desligar do controle remoto. Então continuava assistindo. O segundo avião saindo daquele céu de um azul gélido, era essa a cena que penetrava o corpo, que parecia correr por baixo de sua pele, o instante fugaz que transportou vidas e histórias, dos outros e dela, de todos, para algum lugar distante, muito além das torres.” pág. 139

    “Ainda parece um acidente, o primeiro. Mesmo visto dessa distância toda, bem longe da coisa, sei lá quantos dias depois, eu estou parado aqui pensando que é um acidente.” pág. 140

    “Começaram a cair coisas, primeiro uma e depois outra, primeiro coisas isoladas, saindo da fenda que se abrira no teto, e ele tentou levantar Rumsey da cadeira. Então uma coisa lá fora, passando pela janela. Uma coisa passou pela janela, ele a viu. Passou e sumiu e depois ele a viu e teve que ficar parado por um momento olhando para o nada. Não consegui parar de ver a coisa, a cinquenta metros, um instante de alguma coisa de lado, passando pela janela, camisa branca, mão para cima, caindo antes que ele a visse. Começaram a cair destroços, em pedaços. Ecos ressoavam pelo chão, fios se partiam junto de seu rosto e havia poeira branca por toda parte.” pág. 251

    “Eles se abraçavam sem dizer nada. Depois falavam numa voz baixa que continha nuanças de tato. Partilhavam quase quatro dias inteiros de comentários indiretos até começarem a falar sobre as coisas importantes. Era um tempo perdido, desde a primeira hora destinado a ser esquecido.” pág. 219

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