O que você faria se alguém te oferecesse 100 milhões de dólares e tudo o que você tivesse de fazer era sair do país e nunca mais voltar? Não sabe? Bom, ao terminar de ler A Vencedora talvez você chegue a alguma conclusão.
LuAnn Tyler tem só 20 anos e é uma mãe solteira e pobre com uma filha de oito meses de idade. Ambas vivem em um trailer no Estado americano da Geórgia. De repente, um homem estranho, o qual LuAnn achou que estaria oferecendo a ela um emprego, diz a ela que garante que ela vai ganhar na loteria nacional dos Estados Unidos. A consciência de LuAnn, porém, declina a proposta.
Então algo acontece. A protagonista encontra seu namorado assassinado e acaba matando um intruso em legítima defesa. Sozinha e desesperada, ela aceita a proposta tentadora daquele homem estranho, o que leva LuAnn a Nova Iorque para receber seu prêmio: 100 milhões de dólares. De toda forma, a proposta tinha uma condição: sair dos Estados Unidos e nunca mais voltar. O estranho controlaria e investiria o prêmio e LuAnn viveria da renda do mesmo. Ao final de dez anos todo o valor – os 100 milhões – seria retornado a ela. 10 anos vivendo ao redor da Europa não soava tão mal.
Mas LuAnn volta aos Estados Unidos após os 10 anos, colocando ela em grave perigo, bem como a vida de sua filha, agora pré-adolescente, Lisa, e dos dois homens que ela ama. Daí para frente o clímax do enredo se desenvolve num livro bastante bem escrito por Baldacci. O autor consegue bem lapidar as personagens de modo que seu desenvolvimento surja de modo bem natural. No Brasil, a história poderia ser adaptada para o Jogo do Bicho, na qual a fiscalização é menor. Um Projeto de lei legaliza o Jogo do Bicho e está em trâmite no congresso, então aí está uma inspiração para uma adaptação brasileira do enredo.
Mesmo que uma loteria não possa ser tão facilmente fraudada, o autor demonstra com sua escrita brilhante que isso é possível. E muitas outras coisas o são neste enredo, dado que quem ajuda pode ser, na verdade, o vilão da história.