No livro Sangue, Ossos e Manteiga – A educação involuntária de uma chef relutante (Rocco), Gabrielle Hamilton narra toda a sua trajetória, desde a infância até o nascimento dos seus dois filhos, mostrando como a culinária sempre esteve relacionada com sua vida, acompanhando-a em todos os momentos.

    Na infância, Gabrielle morava numa área rural da Pensilvânia, sua casa e de sua enorme família eram as ruínas carbonizadas de uma fábrica de seda do século XIX. Sua mãe, uma mulher francesa, sabia como extrair tudo o que era comestível dos mais diferentes alimentos, evitando desperdícios e alimentando a família com tudo o que tinha no quintal. O pai não cozinhava, trabalhava como cenógrafo e anualmente oferecia uma grande festa para a vizinhança.

    Quando seus pais se divorciaram, Gabrielle decidiu sair de casa e acabou perambulando de cidade em cidade, trabalhando em diversos bares e lanchonetes, envolvendo-se com drogas e outras mulheres.

    Depois de enfrentar algumas dificuldades, começou a trabalhar como freelancer em bufês e alguns anos mais tarde, finalmente percebeu que tudo o que fez e tudo o que realmente lhe deu prazer na vida envolvia a culinária, assim abriu o Prune, seu próprio restaurante, com trinta mesas super disputadas e uma equipe competente.

    No Prune, além de fazer amigos e conquistar a freguesia, Gabrielle conheceu Michele, seu marido italiano e pai de seus dois filhos.

    Sangue, Ossos e Manteiga é um livro fácil de ler, possui uma narrativa ágil e bem escrita, recheada de pratos franceses e italianos que dão água na boca! No começo da leitura não demonstrei muita simpatia pelo livro e pela autora, mas conforme a leitura foi fluindo, Gabrielle Hamilton acabou me conquistando com sua história, seus objetivos, seu perfeccionismo, sua nova família italiana e principalmente pela descrição minuciosa de todos os pratos preparados e degustados ao longo de sua vida.

    “Adoro como se pode romper a vagem da ervilha, puxar o fio e com isso expor uma linha de junção perfeita que pode facilmente ser aberta com a unha. E então você descobre aquelas bolinhas perfeitas, doces e amiláceas no côncavo de um casulo crocante, aguado e quase açucarado.”

    “Há duas coisas que você não devia nunca fazer com seu pai: aprender a dirigir e aprender a matar uma galinha. Tampouco tenho certeza se você devia sentar-se em frente a ele e comer a galinha assada sob um silêncio ressentido. Mas também fizemos isso, e a carne, como se de propósito, estava desagradávelmente dura.”

    “Simplesmente pulara no meio do fogo e abrira um restaurante próprio sem nunca ter sido chef em outro.”

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