O personagem que se destaca a partir da página 791 é Marius. O seu envolvimento com a história se dá por diversos motivos, mas destaco que: ele descobriu amor pelo próprio pai tarde demais…

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    Fim do 1º livro.

    Já sinto aquela tristeza que, em breve, a história vai acabar. Vou sentir falta de Jean Valjean…

    “Respirar Paris é conservar a alma” (p. 800)

    Marius

    O personagem que se destaca a partir da página 791 é Marius. O seu envolvimento com a história se dá por diversos motivos, mas destaco que: ele descobriu amor pelo próprio pai tarde demais; ele sentiu na pele a dura vida de uma pessoa pobre, de um miserável; ele conheceu, por meio de seus amigos, um lado mais rude da vida e, principalmente, enxergou o outro lado da política de seu próprio país.

    Marius ajuda Jean Valjean. Marius está apaixonado por Cosette, que agora não é mais uma criança. Oito anos se passaram. Os Thernardiér continuam maus. Javert ainda é um grande policial, que prende bandidos, mas que, tudo indica, esqueceu um pouco de perseguir Jean Valjean.

    Quase Jean Valejan é pego – de novo.

    Eu imaginei que teríamos uma pequena pausa na história de Jean Valejan e Cosette, porém, apesar da demora para os dois personagens retornarem, quando eles retornam, tudo fica mais interessante. Talvez isto seja um grande trunfo do livro: fazer com que o leitor fique angustiado por mais informações sobre a vida de dois queridos personagens, uma vez que tanto sofrimento já foi relatado, sentimos a constante necessidade de afirmar que agora tudo está bem.

    Paris é também personagem

    Paris é um personagem à parte. Victor Hugo deveria ser apaixonado pela cidade, o que é totalmente compreensível, pois a cidade realmente possui uma beleza ímpar. Hoje, tradicional, mas sem perder o efeito de deixar qualquer turista chocado com tanta beleza.

    Na época em que a história se passa, a gente pode imaginar uma Paris mais escura, com becos amedrontadores, porém, a beleza também está ali. Um grande cenário para uma grande história.

    Quando começa a parte Marius, somos, então, apresentados às ruas de Paris e também a uma criança, que vivia na rua, por não receber em sua casa carinho da família.

    “Paris começa no basbaque e termina no moleque (…). Essa criança pálida dos bairros de Paris vive e se desenvolve, ata-se e desata-se no sofrimento, na presença das realidades sociais e das coisas humanas como testemunha pensativa. Julga-se indolente, mas não o é. Olha sempre pronta a rir, mas sempre pronta para outras coisas também. Quem quer que sejais, vós que vos chamais de Preconceito, Abuso, Ignomínia, Opressão, Iniquidade, Despotismo, Injustiça, Fanatismo, Tirania, tomai cuidado com esse garoto admirado.” (p. 795)

    “O moleque é uma criatura que se diverte porque é infeliz.” (p. 807)

    “Ele chegava, encontrava só miséria e, o que é mais triste ainda, nenhum sorriso; frio no lar; frio nos corações.” (p. 820)

    No meio das ações que ocorrem até o final deste primeiro livro, a atenção não se volta à criança, apenas o final nos dá a entender que detalhes sobre ela virão nas próximas páginas. O foco é mesmo a Paris de Marius, os becos, a sua simples moradia e a oportunidade de descobrir sobre o homem que ajudou o seu pai em Waterloo, mas também o amor por uma desconhecida, por Cosette.

    Marius tem, ao mesmo tempo, grandes revelações. O homem que ajudou o seu pai é um bandido. O homem que cuida de sua amada é um grande homem, apesar de ser tão misterioso. Ele, quase literalmente espia pelo buraco da fechadura, como se, por ter aparecido mais tarde na história, fosse necessário assistir tudo, para depois triunfar.

    Meus palpites para o segundo livro: Marius vai casar com Cosette.

    Algo que me incomoda na história: não há nenhuma mulher forte, guerreira, que consegue se virar sozinha, sem a ajuda de um homem para a proteger.

    Vou encarar o segundo livro. 1118 páginas maravilhosas lidas!

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