Ana Maria Machado escreve poesias, contos, romances; para o público infantil, jovem e adulto. A sua pluralidade garantiu uma carreira literária vasta, com mais de cem livros publicados, mais de vinte milhões de exemplares vendidos, publicados em vinte idiomas e 26 países. Abaixo você vai conhecer 5 poesias de Ana Maria Machado, que fazem parte do livro Sinais do Mar:

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    1. Estrelas

    Cinco pontas
    cinco destinos
    são areias tontas
    de desatinos

    Cinco sentidos
    cinco caminhos
    grãos tão moídos
    por mares e moinhos

    Estrela-guia
    em alto mar
    outra Maria
    veio me chamar

    2.

    Cabeça de palavras povoadas
    Conversas de amplidão imaginada
    Mas que leitura tanto poderia?

    Cheiro salgado a entrar pelas narinas
    E a dança leve de algas submarinas
    Sal azul, movimento de água fria

    O que se leu mostrava o infinito
    Só não se imaginava tão bonito
    Tão pleno de surpresas e imprevistos

    Mesmo em tantasbelezas celebradas
    Por todas as palavras encantadas
    Por mares nunca dantes entrevistos

    Se você está gostando dessas poesias de Ana Maria Machado, conheça também: 7 lindas poesias de Conceição Evaristo

    3. Primeiro mar

    Tantas páginas lidas muito antes
    Tantos livros que enchiam as estantes
    Tantos heróis a povoar os sonhos
    Tantos perigos, monstros tão medonhos

    Nos tempos sem tevê e sem imagem
    Palavras fabricavam paisagem

    Tesouros, mapas, ilhas tropicais,
    Argonautas, recifes de corais,
    Perigos na neblina entre rochedos,
    Vinte mil léguas cheias de segredos.

    Histórias de naufrágio e abordagens,
    Ulisses, Moby Dick, mil viagens,
    Robinson, calmarias, um motim,
    Descobertas, veleiros, mar sem fim.

    Se você está gostando dessas poesias de Ana Maria Machado, conheça também a poesia de Maria Firmina dos Reis

    4. Maresia

    Brisa na restinga
    traz maresia
    a onda respinga
    a gota suspira
    o ar que se inspira.

    Nariz abre a asa
    narina é casa
    de aroma morar.

    É o lar que inspira
    é o mar que respira.

    5. Naus e Nós

    Naus
    saem de Sagres
    e deixam infantes,
    partem de portos
    e deixam mortos,
    sangram amores
    e rumam ao longe.

    Singram
    águas salgadas
    algas sargaças
    a pouco nós.

    Lonas e telas
    pranchas e cascos
    cordas e cabos
    rangem e puxam,
    fazem e desfazem
    nós.

    Velas sem vento
    almas sem calma
    encalham em sargaços
    nas águas salgadas.

    Algumas naufragam
    soçobram em escolhos
    só sobram sem escolha,
    sem escolta,
    poucas naus
    – e nós.

    Foto: IG

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