Lute como uma garota – 60 feministas que mudaram o mundo” (Laura Barcella e Fernanda Lopes – Editora Cultrix) é um daqueles livros inspiradores por sua simplicidade e utilidade para todas as mulheres que, de alguma forma, lutam. Aliás, é um livro para também perceber que se está lutando.

    Os 60 perfis, 45 de mulheres estrangeiras e 15 de brasileiras, podem trazer para você, mulher do século XXI, um panorama histórico, social e inspirador de mulheres que lutaram para que você esteja exatamente no lugar em que está agora.

    Sabemos que o feminismo é plural e, cada vez que olhamos para trás para tentar compreender o seu início, muito antes dessa força das mulheres ter um nome, a sua presença se confirma pelas ações das mulheres de nosso passado mais distante, quando mal podiam falar, ir e vir. Assim, o livro busca essa ancestralidade em perfis de mulheres que lutaram antes mesmo da palavra feminismo existir, como uma prova que está dentro de cada mulher essa força que a coloca para frente a fim de melhorar o próprio mundo e o mundo das outras e outros também.

    “Não desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sim sobre si mesmas.”
    (Mary Wollstonecraft. p. 21)

    Ao ler o livro, a leitora (ou leitor) ficará com vontade de sair espalhando por aí as frases famosas das mulheres, bem como suas histórias que, mesmo tão diferentes, pois ocorreram em épocas distintas, são como um único grito de nossas vozes que continuam se espalhando em nome de um mundo com mais igualdade e respeito.

    O que encanta é a pluralidade que o livro atingiu. A primeira parte, sobre mulheres estrangeiras, cumpre o seu papel por trazer nomes importantes e também desconhecidos para nós. A segunda parte, sobre as mulheres brasileiras, fecha o livro com imponência, pois mostra a história do feminismo no Brasil desde Nísia Floresta (1810-1885), considerada a primeira feminista do Brasil às vozes contemporâneas que nos ajudam a enfrentar o machismo estrutural em nosso dia a dia.

    “Como mulher, me ensinaram a estar sempre com fome. As mulheres conhecem bem a sede. É verdade, nós podemos comer qualquer coisa. Seríamos capazes até mesmo de devorar o ódio de vocês como se fosse amor.” (Kathleen Hanna – cantora e escritora de fanzine, p. 203)

    Da inglesa Mary Wollstonecraft no século XVIII a brasileira Djamila Ribeiro, que aborda o feminismo negro contemporâneo, o livro possui a capacidade de nos abraçar, como se sussurrasse em nossos ouvidos que não estamos e nem nunca estivemos sozinhas. A luta sempre vale a pena.

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