Norwegian Wood (Haruki Murakami) abrange a vida de cinco personagens, contando com o protagonista, que funciona como uma câmera que nos mostra cada um deles.

    Pelo nome do autor dá para perceber que ele é algo na linha do japonês, e os japoneses, embora eu não seja expert em sua cultura, na maioria dos filmes, animes, e livros de sua autoria, sempre tendem a explorar o vasto mundo das emoções com mais exaustão que a maioria das obras ocidentais, no geral, tem a oferecer.

    Uma outra analogia que é possível estabelecer com a obra, além do estilo comumente usado pelos conterrâneos de Murakami, é sua semelhança, em alguns pontos, com o romance mais célebre de Machado de Assis, Dom Casmurro. “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência”, este também é o intuito de Toru, o protagonista de Norwegian Wood.

    Aos 37 anos, Toru ouve a música Norwegian Wood que o faz lembrar de seu passado, tempo em que a música era uma presença constante como também por estar entrelaçada à vida de um personagem. E a resposta que seria a chave dos acontecimentos que são relembrados com poucas interrupções nos é dada ao final do livro, mas quando a percebemos, o fazemos porque a assimilamos com o início do livro, e nos damos conta de que ela sempre esteve na ponta do nosso nariz. E foi essa estrutura que achei de mais louvável no livro.

    Para saber mais sobre o autor, leia: Romancista como vocação (Haruki Murakami): um escritor comum – e isso é bom

    Sobre a história, Norwegian Wood abrange a vida de cinco personagens, contando com o protagonista, que funciona como uma câmera que nos mostra cada um deles, e às vezes pouco se faz mostrar, fato que deixa os “coadjuvantes” muito mais aprazíveis de serem conhecidos conforme a história avança.

    São pessoas normais e incrivelmente únicas, a razão que explica o surgimento de tamanha empatia. Não que a nossa situação seja a mesma de algum dos cinco, longe disso, neste aspecto, duvido muito que exista muitas pessoas nas mesmas posições; mas como explícito na frase anterior, não importa se sejamos muito ou pouco excêntricos, somos únicos, pode parecer meio boçal, mas independente das circunstâncias e características de cada personagem, todos tinham os mesmos anseios, medos e esperanças. Assim, percebemos que não estamos sozinhos nessa suposta missão, que ninguém sabe ainda ao certo qual objetivo encerra, independente de sermos suicidas, normais, ninfomaníacos, ricos, ou azarados.

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