“Ou seja, já não havia um “eu” – uma base sobre a qual eu pudesse organizar minha autoestima – , a não ser minha ilimitada capacidade de trabalho que, pelo visto, eu não tinha mais. Era estranho não ter um eu, ser como um menininho largado numa casa grande, que sabia que agora podia fazer tudo quanto desejasse, mas descobrisse que não havia coisa alguma que quisesse fazer…”

    (p. 39. Pileques, drinques e outras bebedeiras (F. Scott Fitzgerald)

    O que conheço de F. Scott Fitzgerald é o romance O Grande Gatsby, que adorei. O que conheço sobre o que ele comenta no livro “Pileques” (uma compilação de textos e cartas dele) é um pouquinho da parte etílica e da solidão, mas em doses saudáveis, afinal, alguns drinques podem deixar o momento mais divertido e a solidão sempre chega (mas vai embora) em algum momento da vida.

    F. S. Fitzgerald (1896 – 1940) foi um escritor americano que retratou a vida burguesa da época, a qual fazia parte (muitas festas, muitos drinques e muito jazz) e também imprimiu em sua narrativa um descontentamento com essa sociedade em que vivia. Fez parte do que ficou conhecida como “a geração perdida”, o grupo de escritores do século XX que foram viver na França nos anos finais da Primeira Guerra Mundial.

    Sobriedade

    No livro “Pileques drinques e outras bebedeiras” encontramos Fitzgerald sóbrio, refletindo sobre a sua profissão; os EUA; as amizades; o jazz; e também, claro, ele bêbado.

    A primeira parte contém pequenas frases, que daria um belo twitter do escritor. Em seguida vem os textos de reflexão – a solidão, a profissão, o sonho americano, etc… tudo em pequenas porções, como se os textos fossem a dose certa para o leitor embriagar-se com a boa literatura.

    Salvo a lembrança…

    Ao final aparecem as cartas, em que ele confessa o estado de embriaguez de uma forma divertida e sincera, porém, o álcool não foi algo positivo em sua vida, pois ele se tornou um alcoólatra…é um bom livro para imaginar como era a vida dos escritores da “Geração Perdida”, fica claro que pra eles, tudo estava assim: descontrolado, vazio, sem rumo, apesar da vida deles em Paris, porém o próprio Fitzgerald disse “tudo está perdido, salvo a lembrança (…)”.

    Leia também: Paris é uma festa (Hemingway)

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