No livro Senhora Oráculo (ou Madame Oráculo), da escritora canadense Margaret Atwood, o que fica é o que não está escrito, um mistério gostoso e particular para cada leitor.

    Há diversas formas e modos para classificarmos um livro. Se escolhermos o modelo X, certeza que deixaremos de fora alguma coisa. E se escolhermos o Y, o mesmo acontecerá. Tudo porque a literatura é um grande emaranhado de fios que se completam e desamarram do começo ao fim da leitura. E muitas vezes o que não está escrito (pelas palavras) que faz da história especial, boa, daquelas que marcam a vida da gente. 

    Senhora Oráculo
    Edição brasileira. Editora Rocco

    No livro Senhora Oráculo, da escritora canadense Margaret Atwood, o que fica é o que não está escrito, um mistério gostoso e particular para cada leitor, que traz certezas, incertezas e também um quesito fundamental: faz o leitor pensar depois que a história termina. Pensamentos que podem durar semanas, um só dia ou meses. E se o livro conseguir a façanha de fazer pensar pelo resto da vida, aí está um clássico. Não sei se é o caso de Senhora Oráculo, pois terminei o livro ontem, mas estou aqui a tecer fios de pensamentos sobre a personagem, o cenário da história, a narrativa, a escritora, e tudo mais.

    Joan Foaster é uma pessoa comum que vai vivendo do jeito que dá e que, de repente, se vê presa em sua própria teia. Ela nos conta a sua história desde a infância difícil (mãe complicada, pai ausente, bullying na escola) ao momento presente (ela, uma escritora famosa que decide fugir da própria vida).

    O que faz de sua vida complicada é a falta de finalizações por meio da verdade, para terminar um relacionamento, ela foge, para criar um outro, ela mente. Mente até para si mesma, numa forma desesperadora de reaver quem ela é, mas parece que ela nem sabe.

    Senhora Oráculo
    Edição portuguesa. Editora Bertrand Portugal

    Sempre que leio, penso sobre o escritor que está por trás da história. Fico imaginando como foi o processo criativo, onde ele estava quando escreveu tal capítulo, porque fez assim ou assado em tais momentos. Penso se foi tudo organizado, trabalhado, estudado ou foi apenas o desejo de escrever. Tela branca, teclado e deixa a mente buscar a história.

    Margaret Atwood fez essa linha da escrita livre e despreocupada, porque o livro, com toda a sua profundida de mantém a leveza dos romances tradicionais, com a informalidade da narrativa moderna, que também é uma característica da personagem Joan Foaster, a Senhora Oráculo, escritora de chick-lit, que num dia deixa a mente livre, em transe, e escreve Senhora Oráculo, o romance que lhe traz fama, dinheiro e o reconhecimento de ser uma escritora importante e também todo o peso de ter sua vida dupla revelada para o mundo.

    Quem é Senhora Oráculo? Joan Foaster personagem de Margaret Atwood, que escreve bonito, com leveza, inteligência e humor, como a Senhora Oráculo, escritora de chick-lit, que num dia deixa a mente livre, em transe, e escreve Senhora Oráculo, o romance que lhe traz fama, dinheiro e o reconhecimento de ser uma escritora importante e também todo o peso de ter sua vida…

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