Que livro você seria? É bom pensar antes de responder…

Fiquei dias e dias pensando no livro que eu gostaria de ter gravado em minha mente: cada detalhe, cada frase, cada vírgula, dois pontos ou travessão: tudo ali impregnado nas paredes internas de minha cabeça, como se fosse um grande muro rabiscado.

#1 A paixão segundo G.H.

O primeiro livro que pensei foi “A Paixão Segundo G.H.”, de Clarice Lispector, pois esse livro, que li em 2008, é, até agora, o livro que mais me perturba – até hoje penso na tal barata, na solidão de G.H., na maneira como ela se redescobriu e descobriu a paixão. Mas ter esse livro no meu muro particular, faria de mim uma pessoa muito densa. Eu me imaginaria constantemente sentada numa estação de metrô a espera de algo que nunca vem, olhando para o vazio, mas carregada de sensações. Muito pesado.

#2 As Ondas

Assim, se é para ter uma obra na mente, que ele traga mais, muito mais além de me fazer pousar numa nuvem e pensar sobre a complexa vida. Partindo deste princípio o livro que escolhi é “As Ondas”, de Virginia Woolf. A história das sete personagens, como as sete notas musicais, as sete maravilhas do mundo, os sete pecados.

O livro As Ondas é considerado a obra-prima de Virginia Woolf, é onde o fluxo de consciência aparece de forma mais poética. Cada frase é de uma beleza singular e as personagens aparecem como ondas que se erguem lá no fundo do mar, se agigantam durante toda a obra até tocarem a areia fina. As Ondas é uma daquelas obras que podemos ler diversas vezes e sempre será tão diferente! Escolho ele caso vivêssemos no universo do livro Fahrenheit 451. E a compreensão é como ser uma onda a crescer e crescer, mergulhando no infinito da terra, da realidade.

[Esse post faz parte da Blogagem Coletiva Em Fahrenheit 451, que livro você seria?]

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