O corpo em que nasci (Guadalupe Nettel)

É curioso imaginar o paciente e o seu terapeuta. Como as sessões acontecem? Como é que começa? Eu já me imaginei numa sessão de terapia, minha dúvida é se eu começo a falar ou se espero por uma pergunta. E se eu começar, conto minha vida na ordem cronológica ou posso começar dizendo que “hoje eu comi macarronada na casa de minha avó”. Sei lá como se faz.

E livros com personagens que frequentam o divã não é difícil encontrar. E foi assim que “O corpo em que nasci” (Editora Rocco), da escritora mexicana Guadalupe Nettel parou em minhas mãos, “um belo título, pensei”.

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Narradora e personagem

O livro é narrado pela paciente, que conta em ordem cronológica os acontecimento de sua vida para a doutora Sazlavski, que funciona apenas como um gancho para o leitor se lembrar que a personagem está no divã, porque a terapeuta não participa da história. O que parece estranho no começo, mas faz sentido quando o leitor chega na última página.

Ela é uma menina que nasceu com uma deficiência no olho, que não permite a visão perfeita e que, segundo os médicos, apenas num futuro seria possível reverter “a mancha” que a garota tem nos olhos. Isso faz dela uma garotinha especial e que já enfrenta o terrível obstáculo da rejeição na escola.

Narração e explicação nas entrelinhas

Todos nós somos feitos das coisas que aprendemos e, principalmente, de como absorvemos isso, somado ao fator que o aprendizado e os acontecimentos são constantes, mútuos, o que torna a vida tão complexa e cheia de mistérios. O que pode ser simples de se resolver para mim, pode ser extremamente complicado para você, e vice-versa. A menina do livro, além da deficiente no olho que a faz se sentir diferente dos demais, se vê em situações complicadas para uma criança, como a separação dos pais, o estilo de vida deles (que eram hippies), o morar com a avó, etc… Ou seja, conforme acontece a narração da vida dela, é possível explicar algumas coisas, porém outros percalços aparecem, mas mesmo assim, ela continua até se tornar uma mulher.

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A história se passa no México e na França, entre os anos 70 e 80. Após o período de infância, ela vai para Paris morar com a mãe, tempos depois, retorna para o México, que passa a ser o momento mais importante de sua vida, pois é quando ela compreende quem ela é, para onde quer ir e percebe que já está habituada ao corpo em que ela nasceu. Mas essa percepção, do que poderia ser tão simples, mas não foi, é que transforma a personagem de um olho quase cego na própria escritora do livro. E temos então uma autobiografia.

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