As 10 melhores frases do livro A Obscena Senhora D (Hilda Hilst)

Conheça e se inspire com as 10 melhores frases do livro A Obscena Senhora D (Hilda Hilst): sexualidade, metafísica e linguagem.

Hilda Hilst foi uma escritora brasileira e começou suas publicações literárias em 1950, aos 20 anos, com o livro de poesias “Presságio”. Somente em 1970 que o público conheceu a prosa de Hilda Hilst, por meio do livro Fluxo-Floema, recheado de metafísica e metalinguagem, sendo estas, fortes características de todas as suas obras. Outra manifestação decorrente em suas obras é a sexualidade, como é o que caso do livro A Obscena Senhora D (leia a resenha aqui). 

Conheça as frases:

“Desses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo.” (p. 18)

“Também não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos dias, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro, o que é casa, conceito, o que são as pernas, o que é ir e vir, para onde Ehud, o que são esssa senhoras velhas, os ganidos da infância, os homens curvos, o que pensam de si mesmos os tolos, as crianças, o que é pensar, o que é nítido, sonoro, o que é som, trinado, urro, grito, o que é asa hen?” (p. 21)

“Senhora D, a viva compreensão da vida é segurar o coração. me faz um café.” (p. 25)

“o que é paixão? o que é sombra? eu mesmo te pergunto e eu mesmo te respondo: Hillé, paixão é a grossa artéria jorrando volúpia e ilusão, é a boca que pronuncia o mundo, púrpura sobre a tua camada de emoções, escarlates sobre a tua vida, paixão é esse aberto do teu peito, e também teu deserto.” (p. 29)

Leia a resenha do livro A Obscena Senhora D

“Por que o ouro é ouro? Por que o dinheiro é dinheiro? Por que me chamo Hillé e estou na Terra? E aprendi o nome das coisas, das gentes, deve haver muita coisa sem nome, milhares de coisas sem nome, e nem porisso elas deixam de ser o que são, eu se não fosse Hillé seria quem? Alguém olhando e sentindo o mundo.” (p. 44)

“Olhe: Hillé, toma esta peneira e colhe água do rio com ela, olha, Hillé, aqui tens a faca, corta com ela a pedra, pedaço por pedaço, depois planta e vê se medra, olha, Hillé, aqui tens o pão mas só podes comê-lo se dentro dele encontrares o grão de trigo inteiro, e de quem o colheu a própria mão, olha, Hillé, aqui tens a tocha e o fogo, engole, e assim veremos o que se passa nos teus ocos.” (p. 47)

“Nada me entra na alma, palavras grudadas à página, nenhuma se solta para agarrar meu coração, tantos livros e nada no meu peito, tantas verdades e nenhuma em mim, o ouro das verdades onde está? que coisas procurei? que sofrido em mim se faz matéria viva?” (p. 52)

“Viver é afundar-se em cada caminhada.” (p. 52)

“Uma criança que deu dois passos e contornou o mundo, um velho que esquadrinhou o mundo mas quando voltou à casa viu que não havia saído do primeiro degrau de sua escada.” (p. 57)

“Que amor é esse que empurra a cabeça do outro na privada e deixa a salvo pela eternidade sua própria cabeça?” (p. 75)


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