Receba as novidades em seu e-mail!

    Novidades

    A Maravilhosa Mrs. Maisel: uma série para aplaudir de pé!

    5 livros de Yoko Ogawa para conhecer mais a literatura oriental

    Facebook Twitter Instagram
    • Home
    • Literatura
    • Listas
    • Artes
    • Resenhas

      Tudo que já nadei – ressaca, quebra-mar e marolinhas (Letrux): prosa e poesia sobre o mar

      Mosaico (Francine Ramos): contos intensos, selvagens e fantásticos

      Análise de um poema de Roberto Piva

      “Concerto para Milena”(Rafael Ruiz): as notas do concerto

      A disciplina do amor (Lygia Fagundes Telles): vulnerabilidade e força

    • Séries
    • Educação
    • Sobre
    YouTube Facebook Twitter Instagram Pinterest
    Livro&Café
    INSCREVA-SE
    HOT TOPICS
    • Virginia Woolf
    • Literatura Brasileira
    • Livros
    • Dicas
    • Feminismo
    Livro&Café
    You are at:Início » As 20 melhores poesias de Augusto dos Anjos
    Listas

    As 20 melhores poesias de Augusto dos Anjos

    livroecafeBy livroecafe080310 Mins Read
    Compartilhe Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    O poeta brasileiro Augusto dos Anjos (1884 – 1914) é de difícil definição. Alguns o chamavam de parnasiano, outros de simbolista. Já o poeta Ferreira Gullar, o considerava pré-modernista. Independente da variação de sua classificação literária (o que não nos diz muita coisa quando um poeta quebra barreiras), Augusto dos Anjos é um grande nome da poesia brasileira e merece ser lido! Por isso, abaixo você encontra as 20 melhores poesias de Augusto dos Anjos!

    “(…) Augusto dos Anjos tem o poder extraordinário de revelar um sentido oculto nos sons de palavras bárbaras, que acrescentam um novo frisson às suas visões tétricas e profundamente comoventes. Suas rimas surpreendentes e extravagantes abrem horizontes nunca vistos; parece-se ele com os metaphysical poets ingleses que não conhecia. Até sabe dar sabor metafísico a nomes próprios…”

    (por Otto Maria Carpeaux)

    1. Solitário

    Como um fantasma que se refugia
    Na solidão da natureza morta,
    Por trás dos ermos túmulos, um dia,
    Eu fui refugiar-me à tua porta!

    Fazia frio e o frio que fazia
    Não era esse que a carne nos contorta…
    Cortava assim como em carniçaria
    O aço das facas incisivas corta!

    Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
    E eu saí, como quem tudo repele,
    — Velho caixão a carregar destroços —

    Levando apenas na tumba carcaça
    O pergaminho singular da pele
    E o chocalho fatídico dos ossos!

    2. O canto dos presos

    Troa, a alardear bárbaros sons abstrusos,
    O epitalâmio da Suprema Falta,
    Entoado asperamente, em voz muito alta,
    Pela promiscuidade dos reclusos!

    No wagnerismo desses sons confusos,
    Em que o Mal se engrandece e o Ódio se exalta,
    Uiva, à luz de fantástica ribalta,
    A ignomínia de todos os abusos!

    É a prosódia do cárcere, é a partênea
    Aterradoramente heterogênea
    Dos grandes transviamentos subjetivos…

    É a saudade dos erros satisfeitos,
    Que, não cabendo mais dentro dos peitos,
    Se escapa pela boca dos cativos!

    poesias de Augusto dos Anjos

    Compre o livro de Augusto dos Anjos na Amazon

    “A poesia sincrética de Augusto dos Anjos está reunida em Toda poesia de Augusto dos Anjos, obra de grande importância histórica e artística. Incorporando linguagem científica e traços coloquiais, seus sonetos antecipam o modernismo e abordam assuntos cotidianos sob uma perspectiva crua e visceral que, embora chocante, se mostrou extremamente popular.”

    3. Psicologia de um vencido

    Eu, filho do carbono e do amoníaco,
    Monstro de escuridão e rutilância,
    Sofro, desde a epigênese da infância,
    A influência má dos signos do zodíaco.

    Profundissimamente hipocondríaco,
    Este ambiente me causa repugnância…
    Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
    Que se escapa da boca de um cardíaco.

    Já o verme – este operário das ruínas
    -Que o sangue podre das carnificinas
    Come, e á vida em geral declara guerra,

    Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
    E há de deixar-me apenas os cabelos,
    Na frialdade inorgânica da terra!

    4. Vencedor

    Toma as espadas rútilas, guerreiro, 
    E á rutilância das espadas, toma
    A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
    Meu coração – estranho carniceiro!

    Não podes?! Chama então presto o primeiro
    E o mais possante gladiador de Roma.
    E qual mais pronto, e qual mais presto assoma, 
    Nenhum pode domar o prisioneiro.

    Meu coração triunfava nas arenas.
    Veio depois de um domador de hienas
    E outro mais, e, por fim, veio um atleta, 

    Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem…
    E não pude domá-lo, enfim, ninguém, 
    Que ninguém doma um coração de poeta!

    5. Lamento das coisas

    Triste, a escutar, pancada por pancada,
    A sucessividade dos segundos,
    Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos
    O choro da Energia abandonada!

    E a dor da Força desaproveitada
    — O cantochão dos dínamos profundos,
    Que, podendo mover milhões de mundos,
    Jazem ainda na estática do Nada!

    É o soluço da forma ainda imprecisa…
    Da transcendência que se não realiza.
    Da luz que não chegou a ser lampejo…

    E é em suma, o subconsciente aí formidando
    Da Natureza que parou, chorando,
    No rudimentarismo do Desejo!

    Está gostando das poesias de Augusto dos Anjos?
    Leia também as poesias de Florbela Espanca

    6. Trevas

    Haverá, por hipótese, nas geenas
    Luz bastante fulmínea que transforme
    Dentro da noite cavernosa e enorme
    Minhas trevas anímicas serenas?!

    Raio horrendo haverá que as rasgue apenas?!
    Não! Porque, na abismal substância informe,
    Para convulsionar a alma que dorme
    Todas as tempestades são pequenas!

    Há de a Terra vibrar na ardência infinda
    Do éter em branca luz transubstanciado,
    Rotos os nimbos maus que a obstruem a êsmo…

    A própria Esfinge há de falar-vos ainda
    E eu, somente eu, hei de ficar trancado
    Na noite aterradora de mim mesmo!

    7. O martírio do artista

    Arte ingrata! E conquanto, em desalento, 
    A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda, 
    Busca exteriorizar o pensamento 
    Que em suas fronetais células guarda! 

    Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda! 
    E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento, 
    Como o soldado que rasgou a farda 
    No desespero do último momento! 

    Tenta chorar e os olhos sente enxutos!… 
    É como o paralítico que, à míngua 
    Da própria voz e na que ardente o lavra 

    Febre de em vão falar, com os dedos brutos 
    Para falar, puxa e repuxa a língua, 
    E não lhe vem  à boca uma palavra!

    8. Versos íntimos

    Vês! Ninguém assistiu ao formidável 
    Enterro de tua última quimera. 
    Somente a Ingratidão — esta pantera — 
    Foi tua companheira inseparável! 

    Acostuma-te à lama que te espera!
    O Homem, que, nesta terra miserável,  
    Mora, entre feras, sente inevitável 
    Necessidade de também ser fera. 

    Toma um fósforo. Acende teu cigarro! 
    o beijo, amigo, é a véspera do escarro, 
    A mão que afaga é a mesma que apedreja. 

    Se a alguém causa inda pena a tua chaga, 
    Apedreja essa mão vil que te afaga,  
    Escarra nessa boca que te beija! 

    9. Mágoas

    Quando nasci, num mês de tantas flores,
    Todas murcharam, tristes, langorosas,
    Tristes fanaram redolentes rosas,
    Morreram todas, todas sem olores.

    Mais tarde da existência nos verdores
    Da infância nunca tive as venturosas
    Alegrias que passam bonançosas,
    Oh! Minha infância nunca teve flores!

    Volvendo à quadra azul da mocidade,
    Minh’alma levo aflita à Eternidade,
    Quando a morte matar meus dissabores.

    Cansado de chorar pelas estradas,
    Exausto de pisar mágoas pisadas,
    Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!

    Gostou das poesias de Augusto dos Anjos?
    Leia também as poesias de Lord Byron

    10. A lágrima

    – Faça-me o obséquio de trazer reunidos
    Cloreto de sódio, água e albumina…
    Ah! Basta isto, porque isto é que origina
    A lágrima de todos os vencidos!

    -“A farmacologia e a medicina
    Com a relatividade dos sentidos
    Desconhecem os mil desconhecidos
    Segredos dessa secreção divina”

    – O farmacêutico me obtemperou. –
    Vem-me então à lembrança o pai Yoyô
    Na ânsia física da última eficácia…

    E logo a lágrima em meus olhos cai.
    Ah! Vale mais lembrar-me eu de meu Pai
    Do que todas as drogas da farmácia!

    11. Solilóquio de um visionário

    Para desvirginar o labirinto
    Do velho e metafísico Mistério,
    Comi meus olhos crus no cemitério,
    Numa antropofagia de faminto!

    A digestão desse manjar funéreo
    Tornado sangue transformou-me o instinto
    De humanas impressões visuais que eu sinto,
    Nas divinas visões do íncola etéreo!

    Vestido de hidrogênio incandescente,
    Vaguei um século, improficuamente,
    Pelas monotonias siderais…

    Subi talvez às máximas alturas,
    Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,
    É necessário que inda eu suba mais!

    12. Vozes de um túmulo

    Morri! E a Terra — a mãe comum — o brilho
    Destes meus olhos apagou!… Assim
    Tântalo, aos reais convivas, num festim,
    Serviu as carnes do seu próprio filho!

    Por que para este cemitério vim?!
    Por quê?! Antes da vida o angusto trilho
    Palmilhasse, do que este que palmilho
    E que me assombra, porque não tem fim!

    No ardor do sonho que o fronema exalta
    Construí de orgulho ênea pirâmide alta,
    Hoje, porém, que se desmoronou

    A pirâmide real do meu orgulho,
    Hoje que apenas sou matéria e entulho
    Tenho consciência de que nada sou!

    13. Saudade

    Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
    E o coração me rasga atroz, imensa,
    Eu a bendigo da descrença, em meio,
    Porque eu hoje só vivo da descrença.

    À noute qunado em funda soledade
    Minh’alma se recolhe tristemente,
    P’ra iluminar-me a alma descontente,
    Se acende o círio triste da Saudade.

    E assim afeito às mágoas e ao tormento,
    E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
    Para dar vida à dor e ao sofrimento,

    Da saudade na campa enegrecida
    Guardo a lembrança que me sangra o peito,
    Mas que no entanto me alimenta a vida.

    Gostou das poesias de Augusto dos Anjos?
    Leia também as poesias de Ricardo Reis

    14. Triste regresso

    Uma vez um poeta, um tresloucado,
    Apaixonou-se d’uma virgem bela;
    Vivia alegre o vate apaixonado,
    Louco vivia, enamorado dela.

    Mas a Pátria chamou-o. Era o soldado,
    E tinha que deixar p’ra sempre aquela
    Meiga visão, olímpica e singela!
    E partiu, coração amargurado.

    Dos canhões ao ribombo e das metralhas,
    Altivo lutador, venceu batalhas,
    Juncou-lhe a fronte aurifulgente estrela

    E voltou, mas a fronte aureolada,
    Ao chegar, pendeu triste e desmaiada,
    No sepulcro da loura virgem bela.

    15. Vozes da morte

    Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
    Tamarindo de minha desventura,
    Tu, com o envelhecimento da nervura,
    Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

    Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
    E a podridão, meu velho! E essa futura
    Ultrafatalidade de ossatura,
    A que nos acharemos reduzidos!

    Não morrerão, porém, tuas sementes!
    E assim, para o Futuro, em diferentes
    Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

    Na multiplicidade dos teus ramos,
    Pelo muito que em vida nos amamos,
    Depois da morte inda teremos filhos!

    16. A Obsessão do Sangue

    Acordou, vendo sangue… – Horrível! O osso
    Frontal em fogo… Ia talvez morrer,
    Disse. Olhou-se no espelho. Era tão moço,
    Ah! certamente não podia ser!

    Levantou-se. E eis que viu, antes do almoço,
    Na mão dos açougueiros, a escorrer
    Fita rubra de sangue muito grosso,
    A carne que ele havia de comer!

    No inferno da visão alucinada,
    Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,
    Viu vísceras vermelhas pelo chão …

    E amou, com um berro bárbaro de gozo,
    O monocromatismo monstruoso
    Daquela universal vermelhidão!

    17. Budismo Moderno

    Tome, Dr., esta tesoura e… corte

    Minha singularíssima pessoa.
    Que importa a mim que a bicharia roa
    Todo o meu coração depois da morte?!

    Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
    Também, das diatomáceas da lagoa
    A criptógama cápsula se esbroa
    Ao contrato de bronca destra forte!

    Dissolva-se, portanto, minha vida
    Igualmente a uma célula caída
    Na aberração de um óvulo infecundo;

    Mas o agregado abstrato das saudades
    Fique batendo nas perpétuas grades
    Do último verso que eu fizer no mundo!

    18. O poeta do hediondo

    Sofro aceleradíssimas pancadas
    No coração. Ataca-me a existência
    A mortificadora coalescência
    Das desgraças humanas congregadas!

    Em alucinatórias cavalgadas,
    Eu sinto, então, sondando-me a consciência
    A ultra-inquisitorial clarividência
    De todas as neuronas acordadas!

    Quanto me dói no cérebro esta sonda!
    Ah Certamente eu sou a mais hedionda
    Generalização do Desconforto…

    Eu sou aquele que ficou sozinho
    Cantando sobre os ossos do caminho
    A poesia de tudo quanto é morto!

    19. O pântano

    Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!…
    Mas, para mim que a Natureza escuto,
    Este pântano é o túmulo absoluto,
    De todas as grandezas começantes!

    Larvas desconhecidas de gigantes
    Sobre o seu leito de peçonha e luto
    Dormem tranqüilamente o sono bruto
    Dos superorganismos ainda infantes!

    Em sua estagnação arde uma raça,
    Tragicamente, á espera de quem passa
    Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta…

    E eu sinto a angústia dessa raça ardente
    Condenada a esperar perpetuamente
    No universo esmagado da água morta!

    20. À Mesa

    Cedo à sofreguidão do estômago. É a hora
    De comer. Coisa hedionda! Corro. E agora,
    Antegozando a ensanguentada presa,
    Rodeado pelas moscas repugnantes,
    Para comer meus próprios semelhantes
    Eis-me sentado à mesa!

    Como porções de carne morta… Ai! Como
    Os que, como eu, têm carne, com este assomo
    Que a espécie humana em comer carne tem!…
    Como! E pois que a Razão me não reprime,
    Possa a terra vingar-se do meu crime
    Comendo-me também.

    Gostou das poesias de Augusto dos Anjos?
    Baixe os livros do autor em pdf aqui.
    Ou compre livros com as poesias de Augusto dos Anjos na Amazon

    Augusto dos Anjos Literatura Brasileira Parnasianismo poesia Pré-modernismo Simbolismo
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Previous ArticleNatal brasileiro (por Júlia Lopes de Almeida)
    Next Article As 10 poesias de Casimiro de Abreu que mais emocionam

    Você também irá gostar:

    5 livros de Yoko Ogawa para conhecer mais a literatura oriental

    10 livros de Tatiana Belinky para qualquer idade!

    O que é um romance de época e uma lista enorme para conhecer!

    Add A Comment

    Comments are closed.

    Mais acessados

    22 frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo”, de Charlie Mackesy

    5.395 Views

    5 poemas de Márcia Wayna Kambeba

    3.797 Views

    As 10 poesias de Casimiro de Abreu que mais emocionam

    3.053 Views

    10 poesias de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)

    2.874 Views
    Redes Sociais
    • Facebook
    • YouTube
    • Twitter
    • Instagram
    • Pinterest
    Conheça

    A Maravilhosa Mrs. Maisel: uma série para aplaudir de pé!

    By livroecafe3 Mins Read25 Views

    5 livros de Yoko Ogawa para conhecer mais a literatura oriental

    By livroecafe6 Mins Read50 Views

    10 livros de Tatiana Belinky para qualquer idade!

    By livroecafe4 Mins Read17 Views

    O que é um romance de época e uma lista enorme para conhecer!

    By livroecafe13 Mins Read50 Views

    “Onde as verdades nascem”, de Júlio César Bernardes: o Brasil profundo

    By livroecafe7 Mins Read24 Views

    Receba as novidades em seu e-mail

    Mais lidos

    22 frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo”, de Charlie Mackesy

    5.395 Views

    5 poemas de Márcia Wayna Kambeba

    3.797 Views

    As 10 poesias de Casimiro de Abreu que mais emocionam

    3.053 Views
    Últimos posts

    A Maravilhosa Mrs. Maisel: uma série para aplaudir de pé!

    5 livros de Yoko Ogawa para conhecer mais a literatura oriental

    10 livros de Tatiana Belinky para qualquer idade!

    Inscreva-se na Newsletter

    Receba um resumo semanal em seu e-mail!

    © 2023 Livro&Café, por Francine Ramos.
    • Home
    • Literatura
    • Educação
    • Opinião
    • Sobre

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.