Pablo De Santis é um escritor argentino, nasceu em Buenos Aires na década de 60. Publicou vários infanto-juvenis e recebeu o Prêmio Konex de Platino em 2004. É autor de oito romances, incluindo “Os antiquários”.

Sempre gostei de histórias de vampiro. O primeiro livro de sanguessugas que li foi “A rainha dos condenados”, da Anne Rice, aos doze anos. De lá pra cá passei por Bram Stoker, os outros livros da Anne e outros escritores que não valem a pena citar.

Eis que me deparo com Pablo de Santis e me apaixono por seus antiquários, vampiros colecionadores de livros e antiguidades, que vivem reclusos em sebos e casarões, evitam a sede primordial e que na maioria das vezes, são vítimas dos seres humanos.

O livro conta a história de Santiago Lebrón, um jovem que trabalha inicialmente com o conserto de máquinas de escrever em um jornal, até que sobe de cargo e ganha uma coluna em que escreve sobre mistérios que circundam Buenos Aires.

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Para escrever essa coluna, Santiago faz diversas pesquisas e coletas de informações, até que acaba no rastro dos antiquários e quando menos espera se torna um deles.

Santiago logo descobre que também é apaixonado por antiguidades e se encanta com as pequenas coisas que encontra entre as páginas dos livros.

“Encontrava uma nota fora de circulação, uma fotografia de casamento, flores secas, uma carta descolorida, programas de cinema, uma passagem de bonde da desaparecida Compañia del Sur. Ficava olhando aqueles rastros de leituras: marcas de livros lidos no assento do bonde, no metrô, na cama, na praia, num café. Eu gostava da minha coleção, letras de uma mensagem secreta. Guardava aquelas relíquias numa velha lata de chá Cross & Blackwell.”p. 96

É um livro que conquista os bibliófilos de plantão, pois fala de outros livros, de traduções e de livrarias.

“- É uma tradução ruim. Mas as traduções ruins são fundamentais na história da literatura: são a prova de que os bons livros resistem a qualquer coisa. Sem as más traduções, que mérito teria nossa fé?”p. 73

“Os livros que ficam numa biblioteca intimidam, parecem pertencer a uma ordem que não deve ser rompida, ao passo que as pessoas se sentem inclinadas a levar consigo os livros amontoados sem ordem numa mesa. A biblioteca lembra que há infinitas coisas que não lemos, e que antes de ler Aristóteles é preciso ler Platão, antes de Platão Homero; mas na desordem os livros pertencem ao acaso. O leitor pode aceitar sem culpa o que deparou naquele dia, escolher porque gostou da primeira frase ou do desenho da capa, ou porque custa exatamente as cinco moedas que tem no bolso.” P. 97

Além disso, não é uma simples história de vampiros. De Santis foi além e reconstruiu o mito dos vampiros, criou uma obra do realismo fantástico digna de ser comparada aos livros de Borges e Bioy Casares.

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2 Comentários

  1. Antiquários, vampiros e livros! Parece perfeito! Adorei a resenha, fiquei com muita vontade de ler. Engraçado como nunca imaginei Buenos Aires como cenário para uma história de vampiros e agora que li sua resenha achei que tem tudo a ver!

  2. Aléxia Roche on

    Esse livro é demais! Eu também não imaginava Buenos Aires como lar de vampiros, mas é fácil imaginar como lar de vampiros bibliófilos! Haha

    Leia quando puder, sempre está por 9,90 no Submarino.

    🙂

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