A partir de uma leitura que tanto me marcou, elaborei uma lista com 10 motivos para ler Os livros que devoraram meu pai, do escritor Afonso Cruz. É claro que os motivos vão muito além dessa lista, uma vez que cada leitor chega aos livros de forma tão diferente. Entretanto, compartilhar os motivos é uma forma de compartilhar as marcas que um bom livro pode deixar em nós. Confira, então, 10 motivos para ler “Os livros que devoraram meu pai”:

  1. É um livro sobre livros. Elias, o protagonista, é um garoto de doze anos que investiga a morte do pai através da leitura de vários livros incríveis!
  2. Tem uma biblioteca incrível, repleta de títulos interessantes, na qual Elias passa a maior parte de seu tempo livre.
  3. Clássicos como “Crime e Castigo”, “A divina comédia” e “O médico e o monstro” são abordados na trama.
  4. Alguns personagens clássicos, como Raskolnikov, “participam” da trama ajudando o protagonista a solucionar o mistério por trás da morte de seu pai. Os outros personagens também são ótimos (como a avó de Elias e seu melhor amigo, Bombo).
  5. Tem Borges e seu labirinto nesse belo trecho:

“Uma biblioteca é um labirinto. Não é a primeira vez que me perco em uma. Eu e meu pai temos isto em comum. Penso que foi o que lhe aconteceu. Ficou perdido no meio das letras, dos títulos, perdido no meio de todas as histórias que lhe habitavam a cabeça. Porque nós somos feitos de histórias, não é de DNA e códigos genéticos, nem de carne e músculos ou pele e cérebro. E sim de histórias. Meu pai, tenho certeza, perdeu-se nesse mundo, e agora ninguém consegue irromper sua leitura.
Numa de minhas tardes passadas no sótão, li um conto sobre um labirinto que é deserto, de autoria de um escritor argentino chamado Borges. Há inúmeros lugares onde um ser humano pode se perder, mas não há nenhum tão complexo como uma biblioteca. Mesmo um livro solitário é um local capaz de nos fazer errar, de fazer que nos percamos. Era nisso que pensava enquanto me sentava no sótão entre tantos livros.”

p. 24
  1. Tem Orígenes Lessa!

“Soube pela minha avó que um tal de Orígenes, por exemplo, dizia existir uma primeira leitura, superficial, e outras mais profundas, alegóricas. Não vou me alongar nesse tema, basta saber que um bom livro deve ter mais do que uma camada, deve ser um prédio de vários andares. O rés do chão não serve à literatura.”

p. 14
  1. O livro mostra a descoberta de uma criança pelo mundo mágico da leitura e sua interação com os livros para resolver o mistério da morte do pai.
  2. A obra ganhou o Prêmio Literário Maria Rosa Colaço em 2009.
  3. Dialoga tanto com o público adulto quanto com o juvenil.
  4. Tem um final interessante e surpreendente (algo que pode ser debatido em sala de aula – para os professores de plantão).

Onde comprar “Os livros que devoraram meu pai”: Amazon

Share.

3 Comentários

  1. Lindo livro. Encontrei o título por acaso, digitando algo para pesquisar e fiquei curioso. Comprei e foi uma agradável surpresa. Uma leitura leve, profunda (apesar das poucas páginas) e que ainda me comove ao lembrar da história.

Leave A Reply