O que é um romance de época e uma lista enorme para conhecer!

Um romance de época é um gênero literário que se passa em um período histórico específico, geralmente no século XIX, e retrata a sociedade, os costumes, os valores e as relações humanas da época. Esses romances frequentemente abordam temas como amor, casamento, classe social, etiqueta e convenções sociais. Eles são conhecidos por seus enredos envolventes, personagens complexos e descrições detalhadas dos ambientes e cenários históricos.

Os romances de época têm um charme que atrai muitos leitores. Eles nos transportam para um mundo diferente, permitindo que vivenciemos os costumes e a atmosfera de uma época passada. Através dessas histórias, podemos explorar diferentes estruturas sociais, tradições e desafios enfrentados pelas pessoas naquela época. Os romances de época muitas vezes retratam protagonistas fortes e independentes, que desafiam as expectativas e normas sociais, o que pode ser inspirador e empoderador para os leitores.

Uma das maiores qualidades de um romance de época é a capacidade de cativar os leitores com suas tramas românticas, cheias de tensão e emoção. Essas histórias geralmente apresentam protagonistas com personalidades distintas e complexas, cujos relacionamentos são desenvolvidos de forma cuidadosa e gradual. Além disso, a ambientação histórica bem pesquisada e a linguagem característica do período trazem um aspecto de autenticidade à narrativa, enriquecendo a experiência de leitura.

Um certo preconceito com o romance de época…

No entanto, apesar da popularidade dos romances de época, algumas pessoas têm preconceitos em relação a esse gênero literário. Críticos argumentam que esses romances podem ser considerados superficiais ou escapistas (principalmente os escritos mais recentemente), pois se concentram em histórias de amor e podem não abordar temas mais complexos ou contemporâneos. Além disso, algumas pessoas podem considerar os romances de época como retratos idealizados de uma época passada, ignorando os problemas sociais e as desigualdades que existiam naquele período.

É importante lembrar, no entanto, que muitos dos romances de época não devem ser vistos como uma representação histórica precisa, mas como uma forma de entretenimento. Eles oferecem uma fuga da realidade e a oportunidade de explorar um mundo romântico e cativante. Cada gênero literário tem seu valor e seu público, e os romances de época certamente encontram seu lugar ao encantar e entreter muitos leitores com suas histórias apaixonantes e atmosfera nostálgica.

Romance de época no Brasil

1. “Helena” – Machado de Assis

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O romance machadiano que conquistou as leitoras de folhetim e inspirou mais adaptações para telenovelas. Quando um abastado patriarca carioca falece, o testamento surpreende a todos: seu último desejo é que a família acolha uma filha ilegítima que ele escondera de todos em vida. Helena se revela uma jovem gentil e encantadora, disposta a encarar o desafio de conquistar seu lugar entre a família, mas novos segredos podem ameaçar esse processo. + AMAZON

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2. “Lucíola” – José de Alencar

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Numa festa da Corte, Paulo, um jovem romântico, recém-chegado ao Rio de Janeiro, defronta-se com a irradiante beleza de uma jovem dama. Ao cortejar essa “senhora”, no entanto, é zombado pelo amigo, pois ela é Lúcia, a mais bela e requisitada cortesã da cidade. Ainda que envergonhado por sua ingenuidade, Paulo não consegue tirar a imagem de Lúcia de sua mente. Certamente fora seduzido. +AMAZON

3. “Úrsula” – Maria Firmina dos Reis

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Durante uma exaustiva viagem pelo cerrado brasileiro, um jovem cavaleiro se acidenta. É encontrado por um negro escravizado que generosamente o resgata e o leva sobre os ombros até a propriedade mais próxima. Além deste laço improvável, outra ligação se forma: entre o cavaleiro convalescente e a bela Úrsula, moradora da casa a que ele foi levado para repousar. A obra ganha potência e singularidade com os personagens negros e escravizados, como Túlio e Susana, que pela primeira vez na literatura foram retratados como indivíduos de valor e interesse para a narrativa. + AMAZON

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4. “O Quinze” – Rachel de Queiroz

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O Quinze é o romance de estreia da aclamada escritora cearense Rachel de Queiroz. Gerou grande impacto na época não apenas por sua força narrativa, mas também pelo fato de ter sido escrito por uma mulher de apenas 20 anos de idade. Ao narrar as histórias de Conceição, Vicente e a saga do vaqueiro Chico Bento e sua família, Rachel de Queiroz, imortal da Academia Brasileira de Letras,  expõe de maneira única e original o drama causado pela histórica seca de 1915, que assolou o Nordeste brasileiro. + AMAZON

5. “Memórias de um Sargento de Milícias” – Manuel Antônio de Almeida

Clássico da literatura brasileira, o romance de época de Manuel Antônio de Almeida conta as aventuras do anti-herói Leonardo. Com linguagem coloquial e narrativa envolvente, a obra, precursora do realismo, é um retrato da sociedade carioca do século 19. + AMAZON

6. “A intrusa” – Júlia Lopes de Almeida

Júlia Lopes de Almeida publicou o romance “A intrusa” em 1908 e, como uma características de suas obras, vamos encontrar a sociedade carioca em seus problemas pessoais e sociais. No livro, narrado em terceira pessoa, o leitor conhecerá Argemiro, um homem viúvo que jurou no leito de morte de sua esposa que não casaria novamente. Sua filha Glória, uma criança descobrindo as belezas do mundo, é criada pela avó materna, uma baronesa que vive no campo. Glória vê o pai poucas vezes, quando vai até a sua casa na capital do Rio de Janeiro. LEIA A RESENHA AQUI

7. “A Escrava Isaura” – Bernardo Guimarães

Isaura é uma escrava branca dotada dos melhores sentimentos, pura de coração e com uma educação ímpar, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas. Ela tem a promessa de sua senhora, que a criou e a protegeu, de que será alforriada após a morte da matriarca. Entretanto, Leôncio, filho e herdeiro da família, um homem violento e sem caráter, que nutre uma paixão doentia por Isaura, não tem a menor intenção de libertá-la… + AMAZON

8. “O Mulato” – Aluísio Azevedo

O jovem Raimundo retorna à sua cidade natal, São Luís, após se formar em Direito em Lisboa. Chegando no Maranhão, se instala na casa do tio Manuel, que cuidou dele na infância após ficar órfão. Ele visita a propriedade de seu pai e lá descobre alguns segredos ligados ao padre Diogo e ao destino fatídico de seus pais. Em meio as histórias do passado e buscando se estabelecer no Brasil, o jovem acaba se apaixonando pela prima, Ana Rosa, que o corresponde. + AMAZON

9. “O Ateneu” – Raul Pompeia

A luta foi grande para Sérgio, o narrador que revive a traumática experiência do internato e o sofrido rito de passagem da infância para a adolescência. E grande também foi a empreitada de Raul Pompeia, que com esse romance rompeu barreiras temáticas – criticava abertamente a elite brasileira e deu papel central à homossexualidade – e estilísticas, transitando livremente entre a ficção, a poesia e o ensaio. +AMAZON

10. “A sucessora” – Carolina Nabuco

A sucessora une prosa intimista e psicológica ao dar voz a uma protagonista feminina: Marina, uma jovem recém-casada que após uma romântica lua de mel muda-se para a mansão do marido, o milionário Roberto Steen. Ao entrar em sua nova residência, depara-se com um imponente retrato de Alice, a primeira mulher de Roberto, falecida poucos meses antes de Marina e ele se conhecerem. +AMAZON

11. “A Moreninha” – Joaquim Manuel de Macedo

O romance de época “A Moreninha” é um marco do início dos romances românticos no Brasil. Conta a história de um grupo de estudantes de Medicina que vai passar um fim de semana numa ilha. Um deles, Augusto, se diz capaz de resistir a um relacionamento amoroso, e acaba fazendo uma aposta com Filipe, ficando estipulado que se Augusto amasse alguém por mais de quinze dias teria de escrever um romance e confessar seu amor. Na ilha, Augusto passa a se envolver com Carolina, a moreninha, irmã de Filipe. +AMAZON

12. “A casa das sete mulheres” – Leticia Wierzchowski

A Guerra dos Farrapos, ou Revolução Farroupilha (1835-1845) – uma luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império brasileiro -, foi a mais longa guerra civil do continente sul-americano. O líder do movimento, General Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito com o propósito de protegê-las. A guerra que se esperava curta começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar. O que não está nos livros de história sobre a mais longa guerra civil do continente está neste livro de Leticia Wierzchowski, um exercício totalizador sobre a violência da guerra e sua influência maléfica sobre o destino de homens e de mulheres. + AMAZON

13. “O Amor Nos Tempos do Ouro” – Marina Carvalho

Ambientado no século XVIII, o novo livro da mineira Marina Carvalho é uma história de amor ousada e tocante que se passa durante o período colonial no Brasil, resultado de meses de pesquisa por parte da autora, que se declara fã de História. Cécile Lavigne é uma jovem que nasceu em uma família de nobres, filha de uma portuguesa de Coimbra, pertencente à Casa de Bragança, e de Antoine Lavigne, aristocrata francês de mente liberal e dono de uma riqueza imensurável. Após um acidente, a garota perde os pais e os dois irmãos e, antes de completar 20 anos, é enviada ao Brasil pelo único parente que lhe restou, o ambicioso tio Euzébio, para casar-se com um latifundiário de Minas Gerais. + AMAZON

Romance de época em outros países

14. “Razão e Sensibilidade” – Jane Austen

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Razão e Sentimento, também traduzido como Razão e Sensibilidade é um clássico da literatura, escrito no século XIX pela inglesa Jane Austen. Eu prefiro a segunda tradução, uma vez que as duas personagens principais, as irmãs Elinor e Marianne representam essas duas características: uma é muito racional, a outra é sensível demais. + AMAZON

15. “Jane Eyre” – Charlotte Brontë

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O cenário é a Inglaterra do século XIX, grande montanhas, caminhos de terra, carruagens e belos horizontes são narrados com clareza pela própria personagem Jane Eyre, que provoca o leitor, por ser pobre, órfã e questionadora. Jane Eyre, uma garota simples, chega à Mansão de Thornfield e conhece Mrs. Fairfax, a menina Adele, Mr. Rochester, outras personagens que colaboram para o desenrolar do romance e, principalmente, os limites que a mantém segura em suas próprias palavras. + AMAZON

16. “O Morro dos Ventos Uivantes” – Emily Brontë

Publicado originalmente em 1847, O morro dos ventos uivantes é um romance de época penetrante e comovente da degradação humana. E, como todo bom clássico, tem várias portas por onde o leitor pode entrar. Mais difícil, no entanto, será encontrar a saída, pois o efeito da leitura ficará entranhado para sempre em sua lembrança. + AMAZON

17. “Anna Karenina” – Léon Tolstói

Para Vladímir Nabókov, Anna Kariênina é “uma das maiores histórias de amor da literatura mundial”, e Thomas Mann, no prefácio incluído neste volume, o considera “o romance social mais poderoso” já escrito. Rico panorama da Rússia de fins do século XIX, a obra narra, por um lado, o drama da bela e impetuosa Anna Kariênina, que, infeliz no casamento, enfrenta o julgamento cruel da alta sociedade de Moscou ao assumir sua paixão pelo conde Vrônski. + AMAZON

18. “Os Miseráveis” – Victor Hugo

Considerado a obra-prima de Victor Hugo, este romance de época se desdobra em muitos: é uma história de injustiça e heroísmo, mas também uma ode ao amor e também um panorama político e social da Paris do século XIX. Pela história de Jean Valjean, que ficou anos preso por roubar um pão para alimentar sua família e que sai da prisão determinado a deixar para trás seu passado criminoso, conhecemos a fundo a capital francesa e seu povo, o verdadeiro protagonista. + AMAZON

19. “Middlemarch” – George Eliot

Para Virginia Woolf trata-se de “um dos poucos romances ingleses escritos para adultos”. A obra-prima vitoriana de George Eliot, pseudônimo de Mary Ann Evans, Middlemarch: Um estudo de uma vida provinciana é um magnifico retrato da sociedade do século XIX. O romance de Eliot explora a cidade fictícia de Middlemarch em meio às mudanças que a modernidade impõe a comunidade. Com uma trama complexa, Eliot cria um mundo onde os dramas das vidas comuns e as escolhas imperfeitas estão representados nos personagens centrais do romance. + AMAZON

20. “Norte e Sul” – Elizabeth Gaskell

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Publicado em 1854, Norte e Sul retrata os efeitos da Revolução Industrial no solo inglês. As personagens principais: Mr. Thornton e Margaret dualizam o norte (industrial, sujo e sem modos) e o sul (bucólico e aristocrático). O relacionamento entre os dois pode evocar no leitor lembranças de Orgulho e Preconceito, pois, assim como na obra de Austen, as personagens de Gaskell também precisam passar por cima das convenções sociais e dos pré-conceitos em busca do amor e da realização. + AMAZON

21. “Grandes Esperanças” – Charles Dickens

A grande característica de Grandes esperanças é ser uma história de redenção moral do protagonista, Pip, um órfão criado rigidamente pela irmã num lar humilde e disfuncional, que, após herdar inesperadamente uma fortuna, rejeita a família e os amigos por se envergonhar da própria origem. No começo conhecemos o infortúnio de Pip, o narrador que vive aterrorizado pela irmã mais velha que, após a morte dos pais, o criou “com a mão de ferro”, bordão para a maneira rígida e por vezes violenta com que trata o filho de criação e também o marido, o ferreiro Joe Gargery. Sua vida começa a mudar com o inesperado convite para que passe a visitar Miss Havisham, uma mulher rica da aldeia, e seja companhia de sua filha adotiva, Estella. + AMAZON

22. “Outlander” – Diana Gabaldon

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Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros. + AMAZON

23. “Os Bridgertons” – Julia Quinn

Sobre o primeiro livro da série: O irresistível duque de Hastings é um prato cheio para as mães que só pensam em arrumar um marido para suas filhas. Para livrar-se delas, ele finge cortejar Daphne Bridgerton, irmã de seu melhor amigo. À medida que a farsa dos dois se desenrola, Daphne precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado. + AMAZON

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