“Sim, claro, se amanhã fizer bom tempo”, é como começa o romance Ao Farol, Virginia Woolf, lançamento da Editora Autêntica, com tradução de Tomaz Tadeu. E todo um capricho na capa, na sobrecapa, no papel Pólen Bold e tudo mais.

E ler Virginia Woolf para mim não é simplesmente ler, é saber que um mergulho acontecerá e me trará de volta diferente. Por isso, estou aqui, cada pequeno passo nessa leitura merece uma anotação, porque eu sei que algo de bom, e importante, será registrado, não para vocês, leitores, mas para mim mesma. Me desculpem.

Ao Farol

Já li as 3 primeiras páginas 3 vezes, em dias diferentes, pois o texto de Virginia Woolf é muito denso e em cada parágrafo mora uma complexidade de entendimento sobre o mundo, as pessoas, a natureza, a vida. Um entendimento dela, que genuinamente, repassa aos leitores.

Quem diz a frase que se amanhã fizer um bom tempo é a Sra. Ramsay, depois vem o seu marido que afirma que amanhã não fará bom tempo, e sua esposa retruca, dizendo “Mas fará bom tempo… espero que faça bom tempo”.

E são essas 3 frases que permeiam os primeiros parágrafos da história. Elas estão distantes uma da outra, mas o meio é recheado do fluxo de consciência, que nos apresenta o filho James Ramsay, uma criança que vai do amor à mãe ao ódio pelo pai por ouvir as frases trocadas entre eles, afinal, ele quer muito ir Ao Farol, apesar dos ventos fortes atrapalharem a sua certeza, porém, como toda criança – e raros adultos que se mantém assim – ele acredita que amanhã será um excelente dia, pois:

“pertencia àquele imenso clã que não consegue manter este sentimento separado daquele, mas deve deixar as perspectivas futuras, com suas alegrias e tristezas, nublar o que está à mão, como para essas pessoas, mesmo na mais tenra infância, qualquer giro na roda da sensação tem o poder de cristalizar e transfixar o momento sobre o qual ela lança sua obscuridade ou sua radiância.”

p. 5

Num momento da pequena vida do garoto James Ramsay, a sua mãe representa a radiância e o pai a obscuridade. Como será o desenrolar dessa história? Eu, que tenho Virginia Woolf como minha escritora preferida, estou muito empolgada com Ao Farol, o único romance dela que eu não li, mas estou aqui…

Continue lendo o Diário de Leitura Ao Farol:

Share.

2 Comentários

  1. Oi, Tay!

    Se você já está familiarizada com o fluxo de consciência, pode começar por qualquer um. Eu, por exemplo, acho As Ondas o mais difícil… Eu gosto de indicar Orlando, Flush e A Viagem para começar. Bjos!

Leave A Reply