Prometi uma crônica por semana, ou uma pequena anotação, um parágrafo apenas que me trouxesse de volta o desejo de escrever alguma coisa que não resenha; não notícia; não jornalismo. Alguma coisa sim poesia; sim prosa; sim poema; sim pequenos e lindos detalhes da vida.

Mas não consegui.

A promessa foi apenas para mim.

Talvez por isso seja mais difícil.

Quarta-feira, cansada, deitada na cama, mas ainda com a luz acesa, como se fosse um sinal para uma luz invadir a mente; para uma ideia aparecer; para uma conexão com um mundo cósmico surgir.

Agora estou assustada que usei a palavras cósmico.

Quis escrever meu Deus, mas prefiro minha Deusa.

Virginia Woolf. É isso. Quando eu estava na cama com a luz acesa e tal. Ao meu lado estava um livro “O valor do riso e outros ensaios”. O livro é lindo, a foto de capa uma perfeição. E a parte interna, o texto, é roxo. Um roxo escurão. Roxo hematoma.

O olhar de Virginia Woolf sobre Jane Austen

E na orelha tinha um texto que dizia coisas tão incríveis sobre Virginia Woolf. E senti felicidade, porque aquilo tudo eu gostaria de ter dito, mas nunca disse, nunca consegui. Como se aprender fosse uma simples escada. Eu no 3º andar. A mulher do texto no 8º, 9º. Eu disse andar? Eu queria dizer outra coisa.

É sexta-feira. O livro continua no mesmo lugar, sobre a cama, desde quarta-feira. Eu fiquei de voltar para lá, mas não consegui. Dormir para quê? Escrever?


Imagem: FreeImagesLive

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